A Diocese de Coimbra revela ainda, numa nota hoje publicada no jornal diocesano ‘Correio de Coimbra’, que “a sessão solene de clausura do Inquérito Diocesano do Processo de Beatificação e Canonização da Serva de Deus Lúcia de Jesus se realiza a 13 de fevereiro, no Carmelo de Santa Teresa”, em Coimbra.
O inquérito diocesano “reúne todos os escritos da Irmã Lúcia, os depoimentos das (60) testemunhas ouvidas acerca da [sua] fama de santidade e das [suas] virtudes heroicas”, acrescenta a Diocese de Coimbra.
“Após a Sessão de Clausura, todo o material recolhido será entregue na Congregação das Causas dos Santos, em Roma, que dará o adequado seguimento, de acordo com as normas estabelecidas pela Igreja”, adianta o Santuário de Fátima, na sua página oficial, na internet.
O processo de “canonização da Irmã Lúcia de Jesus (1907-2005), uma das três videntes de Fátima” passa, assim, agora, para a competência direta do Vaticano e do papa, explica o Santuário, sublinhando que “Irmã Lúcia [fica] mais perto da beatificação”.
A parte inicial da causa de canonização de Lúcia começou em 2008, três anos após a sua morte, depois de o agora papa emérito Bento XVI ter concedido “uma dispensa em relação ao período de espera estipulado pelo Direito Canónico (cinco anos)”.
O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, recebeu a notícia com "muita alegria", mas, salienta, esta alegria "responsabiliza o Santuário e os seus peregrinos naquela que é a sua tarefa primordial, a oração".
"O desafio que deixo a todos é que rezem para que o processo chegue ao seu termo o mais depressa possível", disse o reitor, citado pelo Santuário de Fátima.
“Todos temos consciência da importância da Irmã Lúcia, a vidente que viveu mais anos; a sua fama de santidade e aquilo que se espera é que possamos apoiar com a nossa oração um processo complexo mas que estamos certos terá bom acolhimento", acrescentou.
O processo de canonização de Lúcia, cuja abertura ocorreu em 30 de abril de 2008, por decisão do então bispo de Coimbra, Albino Cleto, “demorou alguns anos por causa da quantidade de documentos deixados e a necessidade de os trabalhar bem”, disse ao Santuário de Fátima, Ângela Coelho, vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia.
“Cada página que a Irmã Lúcia escreveu teve de ser minuciosamente analisada e estamos a falar de um universo de dez mil cartas que conseguimos recolher e de um diário com duas mil páginas, para além de outros textos mais pessoais”, destacou Ângela Coelho, que é também postuladora da causa de canonização dos pastorinhos beatos Jacinta e Francisco Marto (“os irmãos que, juntamente com Lúcia, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917”).
O processo para a beatificação de Lúcia tem de considerar que se está na presença de “uma mulher que viveu quase 98 anos, que se correspondeu com papas, desde Pio XII até João Paulo II”, com cardeais e bispos, entre “muitas outras pessoas”, salientou Ângela Coelho.
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