“A política agrícola vai deixar de ser uma política de injetar dinheiro no setor produtivo apenas pelo lado da produção, vai haver dinheiro para ajudar a produzir, mas dentro de um determinado condicionalismo de caráter ambiental e de proteção do ambiente, de descarbonização e combate às alterações climáticas”, defendeu.
Eduardo Oliveira e Sousa disse que ainda desconhece “como é que isto se transforma em resultados práticos”, até porque “é um assunto que ainda não é muito conhecido”, mas afirmou saber que “vai ser um contributo muito importante para a renovação geracional”.
O presidente da CAP falava aos jornalistas no decorrer de uma reunião do Conselho Consultivo Regional da região Douro e Minho, em Cinfães, na presença de mais de uma dezena de associações, sobre as medidas do Governo para o setor agrícola e florestal.
Em cima da mesa esteve também a Política Agrícola Comum (PAC) 2020 que está em discussão na União Europeia e sobre a qual Eduardo Oliveira e Sousa disse “ainda não haver conhecimento suficiente para se perceber o impacto” em Portugal.
“A PAC vais ser mais voltada para as questões da sustentabilidade ambiental, dos comportamentos dos agricultores face à proteção do ambiente, protegerem a água, o solo, para contribuírem para a descarbonização e, isso tudo, está neste momento ainda muito vago, mas é já uma matéria que os agricultores têm de começar a assumir que vão ter que entrar nessa filosofia”, desafiou.
Neste sentido, Oliveira e Sousa explicou que esta nova filosofia passa por “mais conhecimento” e também por “tirar partido das tecnologias que vão ser introduzidas na forma como se produz, de forma a cumprir com as metas estabelecidas” e, para isso, “os agricultores vão ter ajuda para recorrer a essa tecnologia e, por isso, há uma mudança no paradigma da política agrícola”.
“As gerações mais novas, nos últimos anos, têm tendência a afastarem-se do mundo agrícola. Neste momento, há um desafio: vão ter de ser os jovens a agarrar a agricultura do futuro”, afirmou.
“Os instrumentos financeiros de apoio aos jovens tendem a ser reforçados para, exatamente, cativarem mais jovens para aderirem à agricultura”, acrescentou o presidente da CAP.
No seu entender, os jovens “são mais adeptos da digitalização, são mais adeptos da comercialização através da internet, são mais adeptos da inovação e são mais expeditos na introdução de novas tecnologias” e, por isso, “há aqui uma chamada a nível da Europa aos jovens agricultores para dizerem que é necessário que haja interesse pela agricultura pelos jovens”.
Eduardo Oliveira e Sousa lamentou a “presença tão pequena” de jovens agricultores na reunião de hoje em Cinfães e salientou que “importa reforçar a passagem de testemunho dos mais velhos aos mais novos”, porque “vai haver ajudas específicas” para as novas gerações.
Comentários