“Desde a semana passada que a vitória do Sporting no campeonato era esperada e, consequentemente, a merecida festa dos adeptos. Não faltou, pois, tempo para que se garantissem todas as regras de segurança física e sanitária”, refere o social-democrata Carlos Moedas, que encabeça a coligação Novos Tempos à autarquia lisboeta, que junta PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança.
Num comunicado enviado às redações, o antigo comissário europeu recorda que, na semana passada, Fernando Medina garantiu estar a trabalhar para que os festejos “ocorressem ‘em condições de segurança física, mas também segurança sanitária’”.
Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Lisboa disse existir “uma grande preocupação para não ser dado “um passo atrás” em relação à gestão da pandemia de covid-19.
“Todos percebem que há aqui uma grande preocupação das autoridades de saúde e de todos nós em não termos que dar um passo atrás relativamente à gestão da pandemia e, por isso, evitar aglomerações e pontos de grande concentração de pessoas é essencial e é nesse sentido que estão a ser desenhados os modelos, que a seu tempo nós divulgaremos”, disse Fernando Medina.
Hoje, Carlos Moedas salientou que “o que se verificou foi precisamente o contrário” e que “Fernando Medina falhou”.
“Ao contrário do compromisso e das afirmações de Fernando Medina, o que se verificou foi uma total falha de segurança e de organização. Fernando Medina não soube dividir atempadamente e com variedade os espaços de festejo do Sporting”, defendeu o candidato à presidência do município de Lisboa.
“Fernando Medina revelou uma vez mais a sua incapacidade e incompetência. Fernando Medina é responsável. Fernando Medina deve muitas explicações aos lisboetas”, acusou Carlos Moedas.
O Sporting sagrou-se na terça-feira campeão português de futebol pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, ao vencer na receção ao Boavista, por 1-0, com um golo de Paulinho, aos 36 minutos, em jogo da 32.ª jornada da I Liga.
Durante os festejos, milhares de pessoas concentram-se junto ao estádio, quebrando todas as regras do estado de calamidade em que o país se encontra devido à pandemia de covid-19, em que não são permitidas mais de dez pessoas na via pública, nem o consumo de bebidas alcoólicas na rua.
A maioria dos adeptos não cumpriu também com as regras de saúde publica ao não respeitar o distanciamento social, nem o uso obrigatório de máscara.
A PSP anunciou hoje que deteve três pessoas, identificou outras 30 e apreendeu 63 engenhos pirotécnicos durante os festejos do Sporting como campeão nacional de futebol.
Ainda segundo a PSP, registaram-se “alterações relevantes da ordem pública” em Lisboa.
Em declarações aos jornalistas esta manhã, em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, o Presidente da República considerou que “quem deve prevenir” aglomerados de pessoas como os dos festejos do Sporting, em Lisboa, “não conseguiu prevenir”, esperando que tal “não tenha custos” para a saúde pública em breve.
“Quem deve prevenir não conseguiu prevenir e quem deveria prevenir são, naturalmente, as entidades responsáveis por isso”, mas também “são todos os cidadãos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
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