Segundo um comunicado divulgado pela Polícia Federal brasileira, “as investigações demonstraram que cinco laboratórios credenciados junto ao MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – e setores de análises de determinado grupo empresarial [a empresa BRF] fraudavam resultados de exames em amostras de seu processo industrial, informando dados fictícios em laudos e planilhas técnicos”.

“Os investigadores identificaram, ainda, que estas fraudes contavam com a anuência de executivos do grupo empresarial, bem como do seu corpo técnico, além de profissionais responsáveis pelo controlo de qualidade dos produtos da própria empresa”, acrescentou o órgão.

De acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil, “o principal alvo é a fraude nos resultados relacionados à presença de salmonela” nos produtos, sendo alguns destinados à exportação.

Aquele departamento governamental acrescentou que 80% dos alimentos com salmonela exportados foram enviados para o União Europeia.

A operação de hoje, a terceira desde que o escândalo denominado “Carne Fraca” foi revelado, mobilizou 270 policias e 21 trabalhadores da área da saúde em cinco Estados brasileiros, que executaram um total de 91 mandados, incluindo 11 prisões e 53 mandados de busca e apreensão.

O delegado da polícia federal, Mauricio Boscardi Grillo, confirmou que 10 pessoas foram presas, incluindo Pedro de Andrade Faria, ex-presidente executivo do grupo BRF.

Este grupo é uma das maiores empresas agroalimentares do mundo, exportando produtos para mais de 120 países.

A BRF já havia sido alvo da primeira etapa da operação “Carne Fraca”, em março de 2017, quando o escândalo se tornou público.

Na época, vários países proibiram temporariamente importações de carne do Brasil, o maior exportador mundial de carne bovina e de frango.