Em declarações aos jornalistas, à margem de um almoço com militantes, Carneiro defendeu também a necessidade de garantir mecanismos que possibilitem “um maior escrutínio” da vida pública e dos titulares dos órgãos políticos.

“Mas é muito importante termos consciência de que, desde há muito, o Partido Socialista foi dos partidos que mais contribuiu para a valorização dos instrumentos legislativos e, nomeadamente, os meios de combate à corrupção”, acrescentou.

Apontou o reforço dos meios da Polícia Judiciária, nomeadamente daqueles que são colocados ao serviço e ao apoio às diligências desenvolvidas pelo Ministério Público.

Hoje assinala-se o Dia Internacional contra a Corrupção, que este ano coincide com o 20.º aniversário da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, documento que a Frente Cívica destaca como a “grande peça de direito internacional organizadora do combate à corrupção”.

A Frente Cívica, organização da sociedade civil para escrutínio dos poderes públicos, considera que 2023 representa o fracasso do Estado português no combate à corrupção, com suspeitas sobre o Governo e o Presidente da República.

“As comemorações do Dia Internacional Contra a Corrupção decorrem este ano com um Governo demitido por suspeitas de tráfico de influências envolvendo o chefe de gabinete e o melhor amigo do primeiro-ministro, e com o próprio Presidente da República envolvido num caso suspeito de favorecimento, em resposta a um pedido do seu próprio filho. A informalidade, a lógica de acesso pessoal, a ‘cunha’ e o favorecimento tornaram-se em formas corriqueiras de exercício do poder ao mais alto nível”, critica a organização numa declaração enviada à Lusa.

Para José Luís Carneiro, que também é ministro da Administração Interna, é necessário que os portugueses sejam ainda mais exigentes” no combate à corrupção.

“Temos de continuar a ser ainda mais exigentes para garantirmos uma democracia ainda mais sadia”, rematou.