A marca comum de autocarros para a Área Metropolitana de Lisboa já está em funcionamento desde o verão na margem sul do Tejo, no distrito de Setúbal, começando agora a operar também na margem norte.
Os autocarros passam a ser todos de cor amarela e com o símbolo da Carris Metropolitana, embora se mantenham os operadores privados a trabalhar, num sistema gerido pela empresa pública Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML).
A Viação Alvorada é a nova transportadora a operar a nível municipal em Oeiras, Sintra e Amadora (concelhos definidos como “área 1”), com ligações intermunicipais com Lisboa e Cascais, e que resulta da fusão da Scotturb e da Vimeca.
Já a Rodoviária de Lisboa, juntamente com outras empresas do Grupo Barraqueiro, como a Santo António, a Mafrense ou a Isidoro Duarte, mantém o serviço em Loures, Odivelas, Mafra e Vila Franca de Xira (“área 2”), assegurando viagens intermunicipais com Lisboa.
Uma das novidades da Carris Metropolitana é a maior oferta de autocarros, através da criação de novas carreiras e o aumento da frequência em algumas linhas já existentes, que mantêm os percursos.
A rede vai seguir um novo sistema de numeração, pelo que mudarão, a partir de 01 de janeiro, os números das carreiras atuais. É possível utilizar o “conversor de linhas” do ‘website’ da Carris Metropolitana para saber as novas referências.
No ‘website’ estão disponíveis os horários e as paragens das carreiras, assim como nos postes instalados nas paragens por onde os autocarros vão passar.
A Carris Metropolitana prevê a existência de 26 “Espaços Navegante” para atendimento ao público, sendo que alguns pontos eram das empresas atuais e transitam para esta rede. Existe também uma linha de apoio ao passageiro: 210418880.
Em 2023, o preço dos passes Navegante mantém-se — 30 e 40 euros (municipal e metropolitano, respetivamente), assim como os descontos previstos –, tal como para viagens ocasionais, com bilhetes a partir de 1,25 euros (comprados a bordo) ou 0,85 euros (pré-pagos).
O arranque da Carris Metropolitana na margem norte estava inicialmente previsto para julho, mas a falta de viaturas novas e a falta de motoristas foram algumas das razões apontadas pela TML para justificar o adiamento.
Na margem sul do Tejo, os Transportes Sul do Tejo (TST) exploram a “área 3” (Almada, Seixal e Sesimbra) e a Alsa Todi opera na “área 4” (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela, Barreiro e Setúbal).
A operação no distrito de Setúbal foi durante meses alvo de fortes críticas por parte de autarquias, sindicatos e utilizadores por problemas no funcionamento das linhas, devido sobretudo à falta de motoristas.
A situação motivou a necessidade de avaliar se haveria condições para a ativação da rede no distrito de Lisboa, mas a TML indicou em novembro que as operadoras “assumiram estar em condições de iniciar a operação rodoviária” e asseguraram ter “o número de viaturas e de motoristas necessários para a oferta prevista contratualmente, que pressupõe desde logo um aumento significativo de linhas e horários”.
A Área Metropolitana de Lisboa é composta por 18 municípios, sendo que três mantêm as transportadoras internas: os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB), no concelho do Barreiro (TCB), a Mobi Cascais, em Cascais, e a Carris, em Lisboa.
Em declarações à Lusa, no mês de maio, a presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa e também da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, referia um investimento de 1,2 mil milhões de euros “para harmonizar toda a resposta de transporte rodoviário na área metropolitana”.
A autarca sublinhou ficarem em circulação de autocarros “com uma idade média que não ultrapassa um ano e meio” e “mais modernos sob o ponto de vista ambiental, com ‘wifi’ e USB”.
A Lusa contactou a TML e o gabinete de Carla Tavares para antever o arranque da Carris Metropolitana na margem norte, mas não foi possível até à tarde de hoje entrevistar a empresa e a presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa.
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