
A morte de Émile Soleil, uma criança de dois anos e meio que desapareceu numa aldeia nos Alpes franceses em julho de 2023, continua até agora sem explicação, mesmo após a localização do seu crânio e dentes por uma pessoa nove meses depois.
Na época, os procuradores disseram que a causa de sua morte, que chocou França, poderia ter sido "uma queda, homicídio culposo ou assassinato". Mais tarde, a polícia encontrou outros ossos e peças de roupa pertencentes ao menino.
Esta manhã, os avós e os tios, detidos na terça-feira, foram libertados sem acusação.
"A minha cliente foi libertada sem que nenhuma acusação tenha sido feita contra ela. Para uma avó que perdeu o seu neto em circunstâncias tão dramáticas, ser questionada sobre isso sob custódia policial é inevitavelmente extremamente angustiante" disse Julien Pinelli, advogado da avó de Émile Soleil.
"Vimos nas últimas 48 horas o trabalho considerável da secção de investigação de Marselha. As pistas: havia a do ambiente familiar, e foi isso que deu origem a esta medida de custódia, e notamos, no final, que não se baseou em elementos suficientes. Quanto às outras pistas, são elementos que ainda estão em andamento", acrescentou.
Segundo o Le Figaro, o procurador-geral de Aix-en-Provence divulgou, em conferência de imprensa, mais pormenores sobre a investigação.
"As conclusões das avaliações periciais, realizadas ao longo de vários meses, permitem-nos agora considerar que as roupas e os ossos encontrados foram transportados e depositados pouco antes da sua descoberta ", afirmou.
Recorde-se que Émile estava a passar o verão na casa dos avós maternos na pequena aldeia de Le Haut-Vernet, a 1.200 metros de altitude nos Alpes. Na última vez que foi visto com vida, estava a caminhar por uma das ruas da localidade. A mãe e o pai de Émile estavam ausentes no dia do seu desaparecimento, mas os avós e outros membros da família estavam presentes.
Segundo as autoridades, "o corpo da criança não se decompôs nas roupas encontradas na floresta", pelo que está a ser considerada "a hipótese de o corpo não ter permanecido no mesmo lugar".
As mais recentes análises ao corpo permitem ainda perceber que a criança sofreu "traumas faciais violentos", pelo que há a "possibilidade da intervenção de terceiros no desaparecimento e na morte de Émile".
Apesar da libertação dos familiares, a polícia diz que "novos elementos adicionais podem surgir" ao longo das investigações.
(Notícia atualizada às 09h50)
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