“O que eu posso dizer em relação a Matosinhos, já que a Ordem dos Médicos esteve reunida logo de manhã com a Unidade de Saúde Pública da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, é transmitir uma mensagem de tranquilidade”, disse Carlos Cortes, no final de uma visita àquele hospital.
O responsável adiantou que, tanto quanto lhe foi transmitido, trata-se de dois casos isolados no lar, portanto, “não há aqui nenhum motivo de preocupação para a para a população”.
Na semana passada, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte avançou a existência de duas pessoas com ‘legionella’ num lar em Matosinhos, no distrito do Porto, uma das quais acabou por morrer.
Na ocasião, a administração regional avançou ainda que a origem do ‘cluster’ em Matosinhos seria provavelmente ambiental.
Desde o início do mês foram identificados dois ‘clusters’ de Doença dos Legionários na região Norte, um em Matosinhos e outro em Caminha, no distrito de Viana do Castelo.
Até à data, em Caminha foi identificado um surto com sete casos confirmados.
A propósito destes surtos de ‘legionella’, a Ordem dos Médicos alertou, na sexta-feira, para a importância de se reforçar a deteção precoce de eventuais casos suspeitos da doença, porque as atuais condições climatéricas potenciam o aparecimento de casos esporádicos e surtos.
A identificação ambiental da bactéria não constitui necessariamente risco de doença, embora motive a avaliação de risco e faz parte das atividades de monitorização e vigilância das unidades de saúde pública, diz a instituição no comunicado, no qual explica o que é e como se propaga a “doença dos legionários”.
Explica, por exemplo, que a doença se caracteriza por uma pneumonia provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila’, com aparecimento de sintomas como febre, mal-estar geral, dores de cabeça, dores musculares, tosse não produtiva e diarreia.
E que é mais frequente em adultos, especialmente fumadores ou ex-fumadores, doentes portadores de doenças crónicas (diabetes, doenças pulmonares, renais, imunológicas ou neoplásicas), e que pode ser fatal (cerca de 10% dos casos).
A Ordem lembra ainda que a doença se transmite por via respiratória, por inalação de aerossóis de água contaminada.
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