“Condenar a violência de forma veemente, amparar as forças de segurança que a combatem e evitar a discórdia civil”, escreve o chefe do Executivo espanhol numa carta enviada a Quim Torra em que refere que o presidente do governo autónomo tem a obrigação de se posicionar contra os atos violentos dos manifestantes.
A carta enviada hoje a Torra é a resposta do governo espanhol à missiva do presidente da Generalitat enviada no sábado ao primeiro-ministro.
No documento, Quim Torra negou acusações anteriores sobre falta de diálogo e recriminou o primeiro-ministro por ter pretendido, disse, “dar lições sobre condenar ou lutar contra a violência”.
“Em resposta à sua carta de 19 de outubro e às declarações públicas dos últimos dias, permito-me recordar-lhe que o primeiro dever de qualquer responsável público é velar pela segurança dos cidadãos, e dos espaços públicos e privados”, respondeu Sánchez à carta de Torra.
O chefe do Executivo espanhol diz também que o “segundo dever” de um responsável público “é preservar a convivência entre todos os que integram a sociedade civil e evitar a fratura da comunidade.
Sánchez acusa Torra de ter evitado a questão da violência em vários pontos da Catalunha, inclusivamente os acontecimentos ocorridos perto do gabinete do próprio presidente da Generalitat.
O primeiro-ministro diz ainda que Torra “virou as costas às forças e aos corpos de segurança” que protegem o público com “grande profissionalismo expondo-se a grandes riscos”
“Virou as costas e ignorou mais de metade da população catalã simplesmente porque não partilha dos seus propósitos, em vez de se comportar com o presidente de todos os catalães”, refere Sánchez.
Fontes governamentais disseram à Efe que Sánchez, que deve visitar os agentes feridos nos confrontos com manifestantes em Barcelona, vai reunir-se com as forças e corpos de segurança do Estado responsáveis pela segurança na Catalunha.
As sentenças do Tribunal Supremo aos políticos catalães no âmbito do "Processo" independentista desencadearam os protestos em vários pontos da região autónoma e que se prolongam desde a semana passada.
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