No arranque da manifestação nacional convocada pela CGTP-IN, que junta esta tarde milhares de pessoas em Lisboa, Catarina Martins afirmou aos jornalistas que “o Governo começou por dizer que tinha acordos de rendimentos para aumentar os salários, tanto no público como no privado, e deu isso como prova de uma maioria absoluta que dialogava com o país, que criava soluções”.
“Estamos em março, não há aumentos em lado nenhum, nem no público nem no privado”, criticou, contrapondo que “não há mês, nenhum mês, em que não haja um setor, seja da energia, da grande distribuição, da banca, que não anuncie milhões de lucros”.
Segundo a líder do BE, a economia está “cada vez mais desequilibrada e cada vez mais desigual”.
“O Governo falhou todas as promessas e as pessoas manifestam-se em nome de uma coisa tão sensata como salários que permitam chegar até ao fim do mês”, defendeu.
Perante uma “inflação galopante”e que “está a ser criada por vários fenómenos”, Catarina Martins considerou que um destes fenómenos é “a especulação de grandes grupos económicos” e que o executivo a podia combater.
“A ideia de que os salários é que podem provocar a inflação não tem nenhum sentido, é absurda, a realidade demonstra que é absurda”, condenou.
Apesar da importância que representa a chegada de um apoio “para cada família que precisa”, a líder bloquista considerou que “as medidas de apoio são uma deturpação do que é necessário” e, para além disso, “só chegam a algumas pessoas”.
“O que é um preciso é um país que respeite quem trabalha e isso é atualizar salários, pensões e é controlar as margens de lucro para travar a inflação. Só isso é que pode travar a inflação”, apelou.
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