O Cazaquistão, rico em minerais e hidrocarbonetos, foi palco em janeiro de violência que causou mais de 230 mortos.
A agitação, a mais mortífera desde a independência do país em 1991, foi precedida por protestos pacíficos contra o aumento dos preços dos combustíveis e depois escalou para confrontos entre forças de segurança e civis.
Antes dos motins, o atual Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev era tido como o braço direito de Nazarbayev, que se demitiu em 2019, mas que continuava a protagonizar um importante papel nos bastidores.
Mas a violência de janeiro foi um ponto de viragem, com Tokayev a parecer utilizar a crise para refrear a influência do seu antecessor e expulsar alguns dos seus colaboradores mais próximos.
As alterações constitucionais, submetidas a referendo no domingo, envolvem a alteração de cerca de um terço dos artigos da Lei Básica do Cazaquistão e, em particular, a remoção do título de “Elbassy” – “Chefe da Nação” – um estatuto que confere uma autoridade considerável.
Uma emenda estipula que os familiares dos líderes não podem ocupar posições governamentais importantes, uma medida claramente destinada à família Nazarbayev.
Segundo Tokayev, a revisão constitucional visa abolir o atual regime “super-presidencial”, há muito marcado pelo culto da personalidade de Nursultan Nazarbayev.
Após a crise de janeiro, Tokayev criticou publicamente Nazarbayev, acusando-o de proteger os “ricos”. Um sobrinho do antigo chefe de Estado, Kairat Satybaldy, foi detido em março sob a acusação de desvio de fundos.
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