Em comunicado enviado aos jornalistas, a Comissão Executiva (órgão mais restrito da direção) do CDS-PP refere que “a escassos dois dias de começar a primeira de duas touradas agendadas há várias semanas para Santarém, a DGS decidiu inviabilizá-las, conduzindo ao seu cancelamento ou adiamento ‘sine die'”.
De acordo com a nota, que é assinada pelo vice-presidente do partido Pedro Melo, “a delegada de saúde local começou por colocar em causa que a praça de touros de Santarém, a maior do país, fosse uma sala de espetáculos, procurando limitar a sua lotação ao máximo, quando, na verdade, a praça de touros Monumental Celestino Graça, respeitando as diretrizes aplicáveis, já só iria ser ocupada a 50%”.
“Uma vez reconhecido o erro de análise, entrou em ação a DGS, impondo que, para além do plano de contingência, naturalmente, a ser implementado, só fossem admitidos espectadores com teste de covid feito nas 24 horas anteriores à da data do evento”, continua o centrista.
O efeito, disse, “foi o desejado”: a inviabilização destas duas touradas, já com bilhetes vendidos, aliás, esgotados, uma enormíssima perturbação para os organizadores, cavaleiros, ganadeiros e grupos de forcados, além dos prejuízos para a restauração e hotelaria”.
O vice-presidente do CDS considera que a “decisão em causa é, a todos os títulos, injustificada, traduzindo, em boa verdade, um aviltamento do setor da tauromaquia, que, não sendo, novo, é reprovável e deveria fazer corar de vergonha o Governo”.
“O CDS-PP, repudiando esta ocorrência, exorta o Governo a cumprir a Constituição e a lei, permitindo que os espetáculos em causa, realizados ao ar livre, tenham lugar nos termos previstos, assim se repondo a legalidade violada e o respeito que esta atividade e os seus profissionais e aficionados devem merecer”, salienta também.
Os centristas defendem ainda que “é cada vez mais evidente que este Governo se afadiga a matar uma tradição nacional, apertando cada vez mais o garrote: na proibição da transmissão de touradas pela RTP, no IVA acrescido destes espetáculos e, agora, na criação de medidas discriminatórias e, como tal, inconstitucionais, à assistência de touradas”.
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