Numa nota enviada à agência Lusa, o antigo líder parlamentar do CDS-PP Nuno Magalhães (que assina como membro da candidatura “Tempo de Construir – Nuno Melo”) considera que “existem aspetos relativos à organização e democraticidade” do 29.º Congresso do partido que merecem “repúdio e justificam uma tomada de posição pública”.

“A candidatura nossa opositora recusa a consulta dos cadernos eleitorais, que só disponibiliza a si própria”, acusa, defendendo que “não há eleição democrática digna desse nome sem que os cadernos eleitorais estejam facultados a todas as candidaturas”.

Nuno Magalhães refere também que foi “recusada a possibilidade de fiscalização” de “vários atos eleitorais” por delegados da candidatura de Nuno Melo, considerando que “é inaceitável” a realização de “eleições à porta fechada sem se conhecer o universo eleitoral e em que só os elementos de uma das candidaturas podem ter acesso ao processo”.

“Vamos disputar um congresso sabendo que princípios básicos de democraticidade não estão garantidos até ao momento”, salienta.

Assim, o antigo dirigente pede à direção de Francisco Rodrigues dos Santos que “faculte a consulta dos cadernos eleitorais e abra as salas de votação à fiscalização de todas as candidaturas”.

“Alertamos para o facto de que se não for permitida tal fiscalização, manteremos delegados da nossa candidatura à porta de cada edifício em que as votações ocorram, para verificação de cada pessoa que aí se dirija”, refere o antigo deputado.

O apoiante de Nuno Melo na corrida à liderança do CDS-PP relata também que “senadores do CDS foram substituídos por outras pessoas escolhidas pela direção” sem que “qualquer advertência acerca da intenção, ou uma simples palavra de agradecimento, lhes fosse dada”.

De acordo com Nuno Magalhães, “a maioria destes senadores não sabem sequer que foram substituídos”, apontando que “esta não é uma forma digna de tratar” aqueles a quem o partido deve “consideração, respeito e muita gratidão”.

“Falar destes senadores é falar de fundadores, de pessoas ilustres do CDS, em muitos casos condecoradas por Presidentes da República, que lutaram e ajudaram o partido nos momentos mais difíceis”, salienta.

O antigo líder do Grupo Parlamentar centrista aponta que “isto acontece porque para a candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos, apenas o poder, traduzido numas quantas inerências, conta verdadeiramente”, falando numa “luta do poder, pelo poder”.

Nuno Magalhães defende ainda que estas situações “atentam contra princípios elementares da democracia só vistos em regimes de partido único”, e “traduzem uma ingratidão que no CDS nunca se viu ou se praticou”.

Em nome da candidatura do eurodeputado, o ex-líder parlamentar pede desculpa aos “ilustres senadores saneados” e aponta que “comportamentos tão lesivos da história e dos valores do partido nunca se voltarão a repetir”.

“No caso, reforçam cada vez mais a nossa determinação. O que era um direito estatutário de candidatura, é agora igualmente uma luta pela legalidade democrática e pela decência”, salienta.

O 29.º Congresso do CDS-PP está agendado para 27 e 28 de novembro e são candidatos à liderança do partido o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado Nuno Melo.

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