“O que acho que é a regra é que os partidos se apresentem sozinhos quer em europeias, quer em legislativas”, propôs Cecília Meireles em entrevista à agência Lusa, a dois dias do 27.º Congresso do CDS-PP, que se realiza no sábado e no domingo, em Lamego, no distrito de Viseu.
A decisão de o CDS-PP concorrer sozinho às eleições europeias foi anunciada pela presidente do partido, Assunção Cristas, e é secundada pela moção setorial ao Congresso do eurodeputado e ‘vice’ centrista Nuno Melo, intitulada “Mais Europa, menos Bruxelas”.
Apesar de reconhecer que matematicamente as coligações são favorecidas pelo método de Hondt, usado no sistema eleitoral português, como defendeu na semana passada o antigo secretário-geral e líder parlamentar do PSD António Capucho, Cecília Meireles disse acreditar “que é possível provar que este Governo não é a melhor alternativa para Portugal”.
“O segredo de uma vitória numas eleições, e o CDS está empenhado nisso, é precisamente, todos os dias explicar o que este Governo está a fazer de errado e como é possível fazer melhor. Isso, mais do que qualquer efeito do método de Hondt, pode ser o segredo para ganhar umas eleições”, protagonizou.
Enquadrando as últimas coligações pré-eleitorais entre centristas e sociais-democratas com a união e estabilidade que eram necessárias a dois parceiros de Governo, Cecília Meireles considerou que “o PSD é um parceiro preferencial do CDS”, mas vincou que “são partidos distintos, com matrizes distintas e com práticas e propostas distintas”.
A vice-presidente centrista recusou comentar que repercussões terá para o partido a nova liderança do PSD protagonizada por Rui Rio.
“A grande oportunidade para o CDS é sobretudo continuar o seu caminho sabendo que tem um adversário político: o PS e os partidos que o apoiam, PCP, BE e PEV”, afirmou, considerando que “não é saudável os partidos estarem sistematicamente a comentar-se uns aos outros”.
“Estou concentrada no PS, não estou concentrada em ter demasiadas opiniões no caminho do PSD”, sublinhou.
Cecília Meireles reiterou a ideia que Assunção Cristas tem repetido de que nas próximas eleições ganha o bloco político que tiver 116 deputados (em 230) e disse que “o CDS deve ter a ambição de liderar essa alternativa”.
“Mal era de um partido que não tivesse ambição. Lembremo-nos do essencial na política: para que é que servem os partidos e essa máquina? Serve para pormos as nossas ideias em prática. A ambição tem de ser máxima”, declarou.
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