O militante é o primeiro subscritor da moção de estratégia global “A soma que dá um”, apresentada hoje pela primeira vez na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, Octávio Rebelo da Costa defendeu que o partido deve “largar as bandeiras fraturantes, por exemplo a da tauromaquia”.
“Acreditamos na liberdade individual, personalista e humanista de que cada um deve fazer o que achar conveniente dentro das suas crenças e dentro dos seus valores, mas que isto não deve ser uma bandeira partidária, isto não nos faz muito sentido”, sustentou.
Questionado se é candidato à liderança do CDS-PP, o dirigente afirmou que “todas as moções de estratégia global apresentadas a um congresso eletivo faz com que automaticamente e estatutariamente o primeiro subscritor seja candidato à liderança”.
“Portanto, estatutariamente sim, sou candidato à liderança. Não obstante, a moção que desenvolvi junto com os meus pares não aponta para uma liderança porque nós não queremos falar sobre pessoas, queremos falar sobre ideias”, acrescentou o centrista.
E remeteu para o congresso, após a discussão de todas as moções, apontando que “é apanágio da máquina partidária começarem-se a contar espingardas e a fazer listas antes dos congressos”, mas pessoalmente tenta “respeitar a teoria e as normas estatutárias”.
Octávio Rebelo da Costa propõe igualmente que o CDS-PP abandone “as tricas partidárias entre os conservadores, os democratas-cristãos e os liberais”, devendo “estar aberto a toda a agente que se sinta inconformada com a máquina partidária, que sinta que as máquinas partidárias e as instituições políticas não defendem efetivamente os seus valores”.
O partido deverá apresentar-se “uma solução para todos os portugueses que acreditam que a consagração de Portugal não passa pelo socialismo”, afirmou.
A moção com que se apresenta ao 29.º Congresso do CDS-PP, que decorrerá nos dias 02 e 03 de abril em Guimarães (distrito de Braga), “foi um esforço conjunto de algumas pessoas que se encontram descontentes com o partido porque defendem que o partido não tem levado as suas ideias a bom porto”.
“Fiz uma coletânea com quase 100 pessoas de algumas ideias convergentes porque o partido como abraça três linhas – os liberais, os democratas-cristãos e os conservadores – acabam por haver muitos temas fraturantes. E para tentar combater esta fratura interna que existe no partido tentámos fazer uma moção só com pontos de convergência”, explicou.
Sobre os desafios que o partido tem pela frente, Octávio Rebelo da Costa considerou que “o maior desafio a curto prazo serão agora as eleições europeias”, que constituem “um teste de resistência que terá de ser ultrapassado, caso contrário a vida do CDS vai-se tornar muito complicada já a curto prazo”.
Otávio Rebelo da Costa, 33 anos, é consultor e militante do CDS-PP desde 2016. No partido, é vogal da distrital de Lisboa e ex-presidente da concelhia de Sintra da Juventude Popular.
Apresentaram-se como candidatos à liderança do CDS-PP o eurodeputado Nuno Melo, os vogais da Comissão Política Nacional Miguel Mattos Chaves e Nuno Correia da Silva, além do militante Bruno Filipe Costa.
A apresentação de uma moção de estratégia não implica, segundo os regulamentos e os estatutos do CDS, uma candidatura à liderança. No entanto, "as candidaturas à presidência do partido e à Comissão Política Nacional são apresentadas pelo primeiro subscritor de uma Moção de Estratégia Global", segundo o regulamento do congresso.
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