O primeiro adiamento do voo 8F507 da STP Airlines, que devia ter saído às 00:05 de sábado e apenas partiu hoje às 21 horas locais, foi conhecido pelos passageiros quando alguns já se encontravam no aeroporto de Lisboa, na sexta-feira à noite, relatou hoje à Lusa um membro de um grupo de 10 pessoas que devia ter viajado nesse dia.
“Nunca conseguimos falar com ninguém, nem da STP Airlines nem da euroAtlantic Airways”, que opera os voos da companhia aérea são-tomense, “nem por telefone nem com resposta a e-mails”, relatou, indignado, esse passageiro, de nome Rui, residente no Porto, que hoje se deslocou ao escritório da companhia em Lisboa onde também não souberam dar-lhe nenhuma informação.
Como ele, outros membros do seu grupo viajaram do Porto para Lisboa na sexta-feira, “mas no grupo há pessoas que vieram dos Açores e até uma de Macau. E falei com pessoas que vieram do Reino Unido e outras de São Tomé, que esperavam por este momento há muitos meses, uma há dois anos, para ir ver a familia, e algumas desistiram porque o tempo fica curto”, detalhou.
Também Amélia, que veio de França para Portugal para, a partir de Lisboa, viajar em família – oito pessoas – para umas férias de sete dias em São Tomé, se mostrou “muito agastada” pela situação.
“Vamos acabar por ficar só quatro dias, imagine”, depois de horas de viagem e três dias num hotel para onde foram conduzidos em Lisboa, onde nem puderam passear porque não sabiam se nas horas seguintes teriam de seguir para o aeroporto.
A única informação que foi chegando aos passageiros era a indicar novos adiamentos por “razões operacionais” e chegava através de 'emails' enviados para o hotel, que imprimia as mensagens em papel e as colocava num balcão da receção.
“A STP Airways informa que o voo 8F507 sofreu um novo atraso” ou “a ST STP Airways informa que o voo 8F507 sofreu um novo adiamento”, lê-se nessas mensagens a que a Lusa teve acesso, que indicavam sempre o dia seguinte ou nova hora para “mais informações sobre horário”.
“No domingo chegou a ser indicada a hora de partida do autocarro e este estava à hora indicada à porta do hotel, quando fomos de novo informados que tinha sido adiado”, contou outro passageiro à agência Lusa.
Ao longo de três dias, as pessoas foram fazendo ‘check-in’ e ‘check-out’ no hotel e hoje, junto ao balcão de embarque no aeroporto, as pessoas mostravam a sua “indignação e revolta”, segundo o relato de passageiros, que também notaram a presença de pelo menos três agentes da autoridade.
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