A responsável do centro, que funciona na dependência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Fátima Rato, disse à agência Lusa que o alerta tem hoje "toda a pertinência", porque apesar de o número de casos ter vindo a baixar, as "cores brilhantes e chamativas" das cápsulas continuam a ser confundíveis com as de guloseimas, rebuçados ou doces.
"As lesões resultantes destes casos são de baixa gravidade, mas as oculares são as mais preocupantes", disse Fátima Rato. Segundo os números do centro, em 2015 houve 140 casos de exposição de crianças com menos de 10 anos a detergentes, 115 em 2016 e 41 casos no primeiro semestre deste ano.
Ainda há poucos dias o INEM foi chamado por causa de uma criança que trincou uma cápsula, que rebentou e espirrou o detergente para os olhos, referiu Fátima Rato.
Problemas nas vias respiratórias ou digestivas são menos frequentes porque as crianças tendem a cuspir o produto, que sabe mal, acrescentou.
Dos casos registados em 2015, em 56 as crianças tinham menos de dois anos, em 2016 foram 29 e no primeiro semestre, nove casos com crianças com menos de dois anos.
A maior parte das situações ocorre nos escalões etários mais baixos com particular incidência nas crianças até aos dois anos de idade.
Fátima Rato indicou que parte do problema assenta na indústria, mas que campanhas televisivas e alertas da União Europeia têm levado os fabricantes a tentar tornar os invólucros, que se dissolvem nas máquinas de lavar roupa ou loiça em contacto com a água, menos apelativos para as crianças, tornando-as opacos.
O Centro recomenda aos pais que mantenham os detergentes fora do alcance das crianças, fechando as embalagens logo a seguir ao uso.
Se acontecer contacto com olhos, a recomendação é lavar abundantemente com água corrente e contactar o centro pelo telefone 808250143, que funciona 24 horas por dia.
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