“Hoje o dia foi inicialmente reservado para o agendamento local normal, depois foi reservado unicamente para inocular com dose de reforço as pessoas que vão participar e colaborar no processo eleitoral, e são essas pessoas que hoje estamos a receber, fundamentalmente”, explicou à Lusa o enfermeiro-chefe Pedro Faustino.
Pedro Faustino apontou que a vacinação dos membros das mesas de voto “não é exclusiva” e que decorre ainda a modalidade da Casa Aberta.
“Sabemos que eram sensivelmente 3.000 pessoas em Lisboa, mas algumas já tinham a dose de reforço, e penso que, se não me engano, são cerca de 400 agendamentos para o dia de hoje”, referiu, acrescentando que “podem vir mais que estejam a participar no processo eleitoral, desde que estejam certificadas”.
O responsável considerou que a vacinação dos membros de mesas de voto é “uma boa ideia” e uma forma de “incentivar o processo eleitoral”.
“Todas as pessoas que participam, colaborando, devem estar serenas e tranquilas ao receber as pessoas que vão votar, e as pessoas que vão votar têm de estar serenas e tranquilas por estarem a ser recebidas por pessoas que estão reforçadas com a dose de vacina”, reiterou Pedro Faustino.
André Figueiredo, que estará numa mesa de voto na freguesia do Areeiro, elogiou a iniciativa, tendo considerado que tanto ele como “quem vai votar ficará mais seguro, mais protegido”.
“Temos essa obrigação de nos proteger e de fazer com que os outros estejam mais protegidos”, apontou.
André Figueiredo acrescentou ainda que estar na mesa de voto é “algo para a comunidade” e que, caso não fosse vacinado, estaria presente.
“Havendo esta iniciativa, fico mais seguro, mais tranquilo, mas não deixaria de estar na mesa de voto a fazer o meu trabalho”, sublinhou.
Questionado ainda sobre a abertura de uma janela temporal para que pessoas em isolamento devido à doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 pudessem ir votar, defendeu que tal iria “permitir que mais pessoas exerçam o direito de voto” e garantir uma “eleição que represente mais aquilo que são as decisões” dos eleitores.
Numa mesa de voto no Lumiar estará Ricardo Brás, que enalteceu que a dose de reforço o deixa em “condições mais favoráveis” durante o desempenho das funções na mesa de voto.
Também nas mesas de voto estará Rafael, que elogiou a iniciativa e a organização.
“Vim tomar a vacina, acho que faz sentido e, nesse caso, vim aqui. Foi muito rápido, teve uma organização bastante boa, com bastantes informações, e foi tudo feito na maior das tranquilidades”, afirmou.
Segundo um comunicado conjunto do Ministério da Saúde e do Ministério da Administração Interna divulgado na quinta-feira, a vacinação no dia de hoje fica dedicada a este universo, “convocado por SMS, através de agendamento central”.
Para as pessoas elegíveis que não recebam a mensagem, haverá senhas digitais, mediante a apresentação de um documento comprovativo das funções em causa.
Estão previstas 16.427 mesas de voto para estas eleições legislativas antecipadas, das quais 2.606 no dia do voto antecipado em mobilidade.
As eleições legislativas decorrem em 30 de janeiro, mas os cidadãos recenseados podem votar antecipadamente, no dia 23 de janeiro, numa mesa de voto em mobilidade escolhida por si, desde que o requeiram, o que pode ser feito através do portal www.votoantecipado.mai.gov.pt, entre 16 e 20 de janeiro.
O Governo prevê que nas eleições legislativas haja um número de cidadãos confinados semelhante ao das últimas presidenciais, cerca de 380 mil.
Comentários