De acordo com um balanço da associação, a classe das aves representou cerca de 87% das entradas (especialmente os pássaros comuns, depois as aves de rapina como as corujas ou mochos, e depois as aves marinhas e limícolas), seguida dos mamíferos (12%) e dos anfíbios e répteis (1%).

Nos mamíferos destacaram-se os da ordem “Eulipotyphla”, que inclui por exemplo o ouriço.

Gaivotas, cegonhas-brancas ou mochos, entre outros, foram dos animais mais entregues nos centros, sendo os anfíbios e répteis os menos presentes. A Quercus salienta que estes são igualmente importantes nos ecossistemas, pelo que é da mesma forma importante que sejam resgatados e cuidados.

De acordo com os dados da associação, quanto à recolha de espécies com estatuto de conservação elevado, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, deram entrada 18 espécies, como o Abutre-preto (Aegypius Monachus), a Coruja-do-nabal (Asio flameus), a Abetarda (Otis tarda) e o Milhafre real (Milvus milvus).

As quedas de ninho são as causas de entrada nos centros mais frequentes. Mas a Quercus também salienta as entradas com origem no Homem, por tiro, envenenamento ou cativeiro, por exemplo, mas também com origem em estruturas humanas, como estradas, linhas elétricas, vedações, arame farpado ou mesmo poluição.

A associação diz que há uma tendência de aumento do número dos animais que entram nos centros, algo que quer que continue, aumentando a capacidade de resposta, e apela a que as pessoas contactem os centros de recuperação sempre que encontrem um animal selvagem que necessite de auxílio.

A Quercus gere três Centros de Recuperação de Animais Selvagens: o Centro de Estudos e Recuperação de Animais Selvagens (CERAS) em Castelo Branco, o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto (CRASM) no Cadaval, e o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André (CRASSA) no Litoral Alentejano.

Os Centros estão integrados na Rede Nacional de Centros de Recuperação para a Fauna (RNCRF) gerida pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta ICNF).

A maior parte dos animais foi entregue pelo Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR e pelo ICNF.