A ilha, fustigada a 20 de setembro do ano passado pelo furacão Maria, que significou um antes e um depois para este território do Caribe, com cerca de 3,5 milhões de habitantes, espera “com desespero” ainda hoje pela ajuda financeira aprovada por Washington para ajudar o país, que se encontra numa situação financeira crítica.
Segundo uma reportagem da agência de notícias espanhola EFE, hoje divulgada, o panorama naquele país não convida ao otimismo, uma vez que a autoridade de energia elétrica do Estado só conseguiu devolver a eletricidade a 63,5% da população, de acordo com dados oficiais também hoje divulgados, uma percentagem que muitos descrevem como inadmissível num território que é um estado livre associado dos Estados Unidos da América, o país mais poderoso do mundo.
Embora a capital, San Juan, apresente um aspeto de certa normalidade, nos municípios mais remotos e no interior, a situação é muito diferente, sem eletricidade, quatro meses após o furacão e, o pior de tudo, sem uma data prevista de quando o serviço será retomado.
A água é um bem que não chega a todos, pois cerca de 10% da população ainda espera para abrir as torneiras para as tarefas diárias.
Um dos efeitos de toda esta situação é o êxodo de migração considerado histórico que ainda não foi quantificado devido à falta de dados oficiais, embora, com base em estatísticas de movimento de passageiros nos aeroportos, alguns especialistas demográficos falam de centenas de milhares de pessoas que já deixaram a ilha nos últimos quatro meses.
Um artigo do New York Times, publicado a 10 de dezembro, apoiado numa análise estatística, indica que o número de mortos em Porto Rico devido à passagem do furacão Maria pode ser superior a mil, isto quando o balanço oficial é de 64.
O artigo do jornal, atualizado este sábado, indica que 42 dias depois do furacão ter tocado terra na ilha, em 20 de setembro, morreram mais 1.052 do que o habitual, ou seja, comparativamente ao número de mortes verificado no mesmo período em 2016 e em 2015.
De acordo com a análise efetuada pelo New York Times (NYT), que utilizou estatísticas oficiais da ilha, 25 de setembro figurou como o dia com o maior número de mortes, com o registo de 135, contra 70 em 2016 e 60 contabilizadas em 2015.
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