PSD e CDS-PP entregaram um requerimento a pedir a suspensão dos trabalhos até a comissão receber documentos que foram solicitados pelo parlamento a entidades como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco de Portugal, o Ministério das Finanças e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) - e que foram alvo de uma primeira decisão favorável do Tribunal da Relação, da qual foi pedida recurso - ou até que seja obtida uma decisão final do Tribunal.
De acordo com o deputado social-democrata Hugo Soares, as restantes bancadas não quiseram votar hoje o requerimento, tendo pedido que a votação seja feita em plenário da comissão numa reunião marcada para 01 de março.
"A esta comissão compete perceber porque é que a CGD precisa de 5 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses, sem precipitação e com toda a documentação necessária", defendeu Hugo Soares, acrescentando que "a verdade não prescreve".
Para o deputado social-democrata, a aceitação desta suspensão será "o limite mínimo" que PSD e CDS-PP pedem a PS, PCP e BE, acusando estes partidos de, nas últimas semanas, terem impedido audições e rejeitado requerimentos potestativos (obrigatórios) dos dois partidos.
"É o limite mínimo que podemos pedir à maioria de esquerda - saber quais são as principais imparidades da CGD, quem as provocou e como foram concedidos esses créditos - é um direito que assiste aos portugueses", defendeu.
Também o coordenador do CDS-PP na comissão de inquérito, João Almeida, salientou que, estando o prazo da atual comissão a terminar em finais de março, a suspensão será a única forma de o parlamento poder vir a obter informações que considerou essenciais.
"O parlamento considerou determinadas informações importantes, requereu-as às entidades competentes, essas entidades recorreram para tribunal, o tribunal deu razão ao parlamento, e agora é o parlamento que vai desistir? Acho que ninguém compreende", disse.
Para João Almeida haverá dois caminhos consoante a esquerda aprove ou rejeite este requerimento de PSD e CDS-PP no sentido de suspender os trabalhos enquanto não há uma decisão final sobre estes documentos.
"Vamos concluir esta comissão com toda a informação se a esquerda estiver disponível para isso, com menos informação se a esquerda mais uma vez quiser restringir o papel do parlamento", afirmou.
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