“Neste momento particular que estamos a viver impõem-se outro caminho, um caminho que rompa com este caminho. Não estamos todos no mesmo barco. As opções têm sido muito desequilibradas e as medidas que têm vindo a ser tomadas para fazer face ao surto epidémico são a favor do capital e deixam os trabalhadores em situação de grande fragilidade”, disse Isabel Camarinha.
A líder da CGTP, que falava no Porto numa sessão promovida pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) para assinalar o Dia Mundial do Professor, disse que os sucessivos Governos de Portugal “continuam a não optar pelo desenvolvimento do país”, pondo em causa “a garantia do emprego, dos salários e de uma vida melhor”.
“Vivemos um tempo em que a situação internacional é marcada pelo agravamento da exploração. No plano interno, foram as opções dos sucessivos Governos, o PS e PSD com ou sem o CDS-PP, que trouxeram os problemas estruturais com que os trabalhadores e o país estão confrontados e a escola pública é um exemplo”, referiu.
Num discurso marcado por reivindicações, Isabel Camarinha defendeu que “o modelo de baixo salários, da precariedade, das normas gravosas da legislação laboral, do desinvestimento nas funções sociais do Estado (…) são opções dos sucessivos Governos, não são culpa da pandemia”.
“É hora de avançar nos direitos, nos salários e nas pensões e no reforço do papel do Estado. Agora todos aplaudem e todos dizem que a administração pública e os serviços públicos são importantes e fundamentais para dar resposta às necessidades colocadas pelo surto epidémico, mas não chega valorizar só de nome. Tem de se dar condições e uma escola pública que efetivamente tenha qualidade”, apontou.
Já dirigindo-se mais diretamente a uma plateia de cerca de 250 pessoas maioritariamente composta por professores, secretária-geral da CGTP elogiou o trabalho dos docentes e o papel da escola no combate à pandemia do novo coronavírus e disse compreender as angústias e reivindicações do setor.
“Os professores precisam do aumento dos salários. Revelaram-se e revelam-se todos os dias fundamentais. É uma questão de investimento no futuro do nosso país”, disse Isabel Camarinha.
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