Este novo sistema de georreferenciação, a que se dá o nome de AML (Advanced Mobile Location), “melhora a precisão da localização do chamador em cerca de 4000 vezes”, ao permitir a identificação das coordenadas exatas do local onde se encontra a pessoa que faz a chamada. A descrição do serviço é feita no site do Simplex, programa de modernização dos serviços do Estado.
A solução AML, financiada por fundos europeus, “estará disponível para todos os cidadãos que efetuem chamadas para o número 112 através de smartphones Android e Apple IOS”, sem custos para os utilizadores, esclarece o MAI em declarações ao SAPO24.
A tecnologia estará disponível para qualquer operadora de telecomunicações, não sendo necessário fazer qualquer instalação nos aparelhos.
Este novo serviço permitirá igualmente que seja enviado para o Centro Operacional do 112 um SMS com a localização GPS do aparelho móvel, como “complemento à chamada de voz”, quando os telefonemas forem feitos a partir de smartphones.
Como prazo para a entrada em vigor do serviço, o MAI refere o final do terceiro trimestre deste ano. Segundo o calendário do Simplex, a implementação desta nova tecnologia estava agendada para o último trimestre de 2018.
A precisão da localização das chamadas efetuadas para o 112 é um fator diferenciador na rapidez e eficiência do socorro prestado pelo serviço de emergência. Recorde-se, por exemplo, que em agosto do ano passado, seis jovens ficaram feridos num incêndio perto de Estremoz, depois de terem tido dificuldade em comunicar ao 112 a sua localização exata.
O MAI prevê ainda lançar durante 2019 uma aplicação para os cidadãos surdos - App 112 Mobile - que possibilitará “o contacto, através de videoconferência, entre o cidadão surdo e o operador do 112, com o apoio de um intérprete de língua gestual portuguesa”, explica o MAI.
Também neste caso, será possível o envio de “pedidos de socorro para os Centros Operacionais através de SMS”, sendo ao mesmo tempo enviadas as coordenadas GPS dos utentes.
O ministério esclarece que será "necessário fazer a instalação da aplicação no equipamento".
O desenvolvimento da vertente tecnológica já foi concluído, bem como a experiência-piloto de teste do serviço, estando em análise nesta fase a contratação de intérpretes de língua gestual portuguesa.
Atualmente, as tecnologias de localização existentes no 112 permitem apenas a identificação da morada, para as chamadas feitas a partir de um telefone fixo, e, no caso das chamadas efetuadas a partir de telefones móveis, a localização da antena que está a suportar essa comunicação.
O sistema atual - a que se dá o nome de “Cell ID” - recorre à identificação das antenas (“cells”) a que o equipamento móvel em causa está ligado para determinar a área onde se encontra o chamador. Nas regiões em que há uma maior concentração de antenas, é possível triangular a informação e determinar com precisão o local de onde está a ser feita a chamada. No entanto, em zonas com menor número de antenas, a determinação do local depende apenas de uma antena, sendo mais vasta a área identificada.
Comentários