“O que nós dissemos é o que sempre dizemos. Nós não podemos fazer entendimentos nem com Miguel Albuquerque nem com Paulo Cafôfo, porque tanto um como outro não são candidatos, neste momento, que estejam em posição de oferecer o que quer que seja benéfico para os madeirenses e porto-santenses”, disse, referindo-se aos cabeças de lista do PSD e do PS, respetivamente.
Miguel Castro falava aos jornalistas no decurso de uma ação de campanha no Bairro da Nazaré, o maior complexo de habitação social da região, no Funchal, onde a candidatura percorreu algumas ruas em contacto com a população.
“Que fique bem claro: não temos qualquer tipo de entendimento nem com o PSD nem com o PS”, insistiu.
O esclarecimento surgiu depois de ter indicado, na quinta-feira, num debate na RTP/Madeira, que não rejeitava entendimentos com ninguém.
“Já vi o debate cinco vezes. Em situação alguma disse que fazia entendimento com o PSD […], o que eu disse ao fechar o programa foi que o Chega viabilizará sempre um Programa de Governo que seja o melhor programa para os madeirenses e porto-santenses”, explicou, vincando que a candidatura quer é defender “o interesse dos madeirenses e porto-santenses”.
Miguel Castro, também líder do partido e do grupo parlamentar do Chega na região, reiterou que não fará acordos com o PSD nem com o PS e considerou que Miguel Albuquerque, líder do executivo do arquipélago desde 2015, não tem atualmente capacidade para apresentar o melhor programa.
“Nós estamos sempre a viabilizar as melhores propostas para os madeirenses e porto-santenses. Eu, sinceramente, não acredito que Miguel Albuquerque tenha condições, neste momento, de apresentar um Programa de Governo – se for ele a ganhar, obviamente -, que seja o melhor governo para os madeirenses e porto-santenses”, disse.
O candidato do Chega sublinhou que tanto Miguel Albuquerque como Paulo Cafôfo estão indiciados em processos de suspeitas de corrupção e, por isso, não está disponível para entendimentos.
“Nós não fazemos acordos com esses senhores. Nós somos contra a corrupção”, enfatizou.
Miguel Castro repetiu que não manifestou disponibilidade para entendimentos com estes partidos durante o debate televisivo, vincando ter apenas dito que “dentro do parlamento os partidos falam todos uns com os outros”.
“O que eu disse foi que dentro do parlamento falaríamos todos, que nunca faríamos acordos, nem falaríamos em corredores de poder ou por detrás de cortinas de fumo, são essas as minhas palavras”, precisou.
As legislativas da Madeira de 26 de maio decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional PSD/CDS-PP, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
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