Num artigo publicado na rede social chinesa WeChat, o Ministério da Segurança do Estado da China explicou que o acusado, de apelido Liu, trabalhava como assistente de engenharia num instituto de investigação estatal, do qual o organismo não forneceu mais pormenores.

Liu terá feito cópias não autorizadas de documentos sensíveis e informações confidenciais durante o seu período no instituto.

Após a sua demissão, motivada pela perceção de um tratamento desfavorável e pela falta de oportunidades de promoção, Liu regressou ao setor privado e começou a trabalhar para uma empresa de investimentos.

Ele terá alegadamente participado em práticas como a manipulação de contas em nome de familiares e amigos, bem como a utilização indevida de cartões de crédito para financiar transações especulativas.

As perdas resultantes destes investimentos geraram uma situação de grande pressão económica, que o arguido alegadamente tentou aliviar vendendo as informações obtidas ilegalmente, lê-se no artigo.

De acordo com a mesma fonte, Liu contactou uma agência de espionagem estrangeira, de um país não especificado, à qual terá oferecido parte dos documentos em troca de uma compensação financeira.

Após a primeira transação, a agência cessou o contacto com Liu. No entanto, ele voltou a tentar vender informações classificadas, o que o levou a efetuar várias viagens a diferentes países ao longo de alguns meses.

A coordenação entre as autoridades policiais chinesas levou à monitorização das comunicações do acusado, o que levou à sua detenção, após a qual ele admitiu os atos, de acordo com o ministério.

Um tribunal condenou Liu por espionagem e fornecimento ilegal de informações classificadas, impondo-lhe a pena de morte, informou a mesma fonte, sem especificar a data da sentença nem fornecer mais pormenores.

O Ministério da Segurança do Estado relata regularmente casos de espionagem na conta oficial no Wechat, pedindo aos cidadãos chineses que desconfiem de ofertas de emprego suspeitas ou pedidos de informação, especialmente de fontes estrangeiras, e que evitem partilhar dados sensíveis ‘online’.

Em 2023, o ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “atividades dos serviços secretos estrangeiros”.