“Apelamos à parte norte-americana que corrija de imediato estas acusações difamatórias, que violam gravemente as normas básicas que regem as relações internacionais e prejudicam gravemente as relações bilaterais”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em comunicado.
Segundo Hua, a China já apresentou uma queixa formal aos EUA. A porta-voz afirmou ainda que o país asiático “tomará as medidas necessárias” para salvaguardar a sua própria cibersegurança e interesses.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou piratas informáticos chineses de executarem uma ampla campanha ao serviço da principal agência de inteligência de Pequim, visando usurpar segredos comerciais e informação de agências do Governo e corporações norte-americanas.
Os dois alegados piratas informáticos, identificado como Zhu Hua e Zhang Shilong, são acusados de violarem redes de computadores nos EUA, desde 2006, em indústrias como aviação e espaço, finanças, biotecnologia, óleo e gás, ou farmacêutica.
Os procuradores do Departamento de Justiça afirmaram que os ‘hackers’ obtiveram também os nomes, números de segurança social e outras informações pessoais de mais de 100 mil membros da marinha norte-americana.
Os acusados terão infiltrado empresas de computação em nuvem e outros fornecedores de tecnologia para obter a informação dos respetivos clientes, inclusive da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA, na sigla em inglês) e 45 empresas do setor tecnológico.
“Os EUA devem retirar as suas acusações contra estas duas pessoas o mais rápido possível”, afirmou Hua, assegurando que a China é um “defensor acérrimo da cibersegurança”, que “nunca participou, nem apoiou, qualquer atividade para usurpar segredos comerciais”.
Num comunicado conjunto, os secretários de Estado e da Segurança Interna dos EUA, Mike Pompeo e Kirstjen Nielsen, respetivamente, acusaram a China de renegar o compromisso alcançado em 2015 de que não iria procurar obter vantagem competitiva através do roubo de segredos comerciais, propriedade intelectual e informação comercial confidencial.
Também a Grã-Bretanha acusou hoje “fações do Governo chinês” de uma “ampla campanha de ciberataques” para usurpar propriedade intelectual e dados comerciais “sensíveis”, na Europa, Ásia e Estados Unidos.
Hua afirmou que as acusações de Londres “estão fora do lugar” e têm “segundas intenções”.
“Apelamos a estes países que respeitem os factos e parem com esta difamação deliberada contra a China, para não prejudicar a cooperação em áreas importantes”, afirmou Hua.
Em comunicado, o ministério britânico dos Negócios Estrangeiros disse ter identificado um grupo conhecido como APT 10 que, alegadamente, cometeu ataques informáticos também ao serviço do ministério chinês de Segurança do Estado.
Este grupo continua a atacar “várias empresas globais”, visando aceder a “segredos comerciais”, acusou.
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