O investigador revelou que obteve visto através de um programa para talentos da região semiautónoma da China, apesar do seu antecedente criminal, informou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

Ele afirmou que pretende investigar “terapias genéticas para doenças raras”.

“Planeamos usar ferramentas da inteligência artificial para desenvolver capsídeos de vírus adeno - associados (AAV), para melhorar a eficácia da terapia genética em doenças raras", explicou He, sem dar mais detalhes.

Segundo o jornal de Hong Kong The Standard, o secretário do Trabalho, Chris Sun Yuk-han, assegurou hoje, em conferência de imprensa, quando questionado sobre este caso, que os "candidatos a este concurso para talentos não têm de declarar os seus antecedentes criminais”.

O secretário não quis comentar "casos individuais", acrescentando que é o Departamento de Imigração que, em última instância, decide sobre os vistos de entrada em Hong Kong.

He, que trabalhou como professor da Southern University of Science and Technology, na cidade de Shenzhen, no sudeste da China, até à sua demissão, em janeiro de 2019, foi condenado em dezembro daquele ano a 3 anos de prisão pelas suas experiências com alteração genética.

Da experiência de He, realizada com recurso à técnica de edição genética CRISPR/Cas9, nasceram três bebés: em 2018, duas gémeas chamadas Lulu e Nana, e no ano seguinte, outra chamada Amy.

Na sua última aparição pública, numa conferência na Universidade de Hong Kong, em novembro de 2018, o cientista mostrou-se “orgulhoso” do seu trabalho, sublinhando que o seu estudo não visava eliminar doenças genéticas, mas sim “dar às raparigas capacidade natural” de resistir a possível infeção futura pelo VIH, o vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA.

O escândalo levou as autoridades chinesas a rever os seus regulamentos sobre alteração genética em seres humanos, passando a exigir aprovação a nível nacional para pesquisas clínicas nesse campo ou em outras “tecnologias biomédicas de alto risco”.

O Governo chinês publicou também novas diretrizes para reformar os processos de revisão ética em áreas como ciências da vida, medicina ou inteligência artificial.

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