“Tudo quanto é longo curso está suprimido e deve ser o cenário ao longo do dia. Ao nível dos regionais suburbanos de Lisboa e Porto há fortes perturbação, a própria CP admitiu que não conseguir fazer metade dos comboios na zona da grande Lisboa”, disse à Lusa José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).
Anteriormente, a Infraestruturas de Portugal (IP) tinha informado que no que respeita aos “comboios urbanos de Lisboa, estão a ser asseguradas 100% das circulações para as ligações com destino a Sintra, Meleças, Castanheira e Cascais, assim como entre o Barreiro e Praias do Sado”.
O protesto de trabalhadores da CP-Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) visa reivindicar a aplicação dos acordos assinados com o Governo e administrações das empresas.
De acordo com José Manuel Oliveira, na conjugação geral dos trabalhadores das várias empresas que estão em greve “há uma forte adesão, igual aos últimos protestos”.
Segundo o sindicalista, nas variadas estruturas IP, na CP e na EMEF a adesão à greve “é elevada” sendo que, em “alguns casos, é até superior o nível de adesão dos trabalhadores”.
Em relação à IP, na componente ferroviária, a adesão é “muito igual às últimas greves”, de acordo com José Manuel Oliveira, adiantando a existência de cabines de circulação e estações encerradas, bem como passagens de nível desguarnecidas.
Na CP, ao nível do serviço comercial, aquele que é mais visível para o público, “as grandes estações estão encerradas”, sublinhou o sindicalista.
Já na EMEF, José Manuel Oliveira avança que as oficinas “ou estão encerradas ou estão a funcionar com os trabalhadores mais jovens que entraram recentemente para a empresa”.
Em relação à FERTAGUS, operador privado que serve atualmente 14 estações numa extensão de linha com cerca de 54 km, o serviço “não foi afetado pela greve, tendo sido efetuados todos os comboios previstos”, de acordo com fonte da empresa.
A FERTAGUS serve as estações de Setúbal, Palmela, Venda do Alcaide, Pinhal Novo, Penalva, Coina, Fogueteiro, Foros de Amora, Corroios e Pragal, na margem sul e quatro na margem norte: Campolide, Sete Rios, Entrecampos e Roma-Areeiro.
Em tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) foi decidido que não haveria serviços mínimos, além dos definidos por lei, ou seja, circulam até ao seu destino os comboios em marcha à hora do início da greve, os comboios socorro e os de transporte de mercadorias perigosas.
Na quarta-feira, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, manifestou, em Bragança, a disponibilidade do Governo para negociar com os ferroviários.
Comentários