A associação entregou hoje, em mão, uma carta ao embaixador no país da Europa Central, Jorge Roza de Oliveira, na qual pede ao Estado português e ao Conselho de Administração da companhia aérea que, após a suspensão das ligações entre Portugal e Hungria devido à pandemia de covid-19, antecipe a retoma dos voos para o Aeroporto Internacional Liszt Ferenc, em Budapeste, alegando que a ligação serve também a Eslováquia, a Croácia, a Sérvia e a Roménia.
“O Círculo apela assim às mais altas entidades do país para intervirem junto da TAP no sentido de garantirem um mínimo de voos no período do verão de 2020, com destino ao aeroporto de Budapeste”, lê-se no comunicado a que a Lusa teve acesso.
Nenhuma das rotas de Portugal para Budapeste faz parte do plano de voo com as ligações aéreas que vão ser repostas em junho e em julho pela TAP.
Apesar de entender a “necessidade de um regresso escalonado da atividade” pela companhia, até por imaginar que a “procura pode, este ano, ser inferior à dos anos passados”, face à pandemia de covid-19, o Círculo de Portugal em Budapeste lembrou que o aeroporto em questão é servido há mais de 15 anos pela transportadora aérea portuguesa.
A associação lembrou que a companhia transportou, em 2019, quase 100.000 passageiros na linha Lisboa-Budapeste, não podendo “invocar” que a rota não era “lucrativa”, já que a “taxa de ocupação média” foi de 78,2%, “totalmente alinhada com a percentagem global da TAP, que foi, em 2019, de 80,1%”.
O Círculo referiu também que a rota não só é “relevante” para Lisboa, responsável por 65% do tráfego com Budapeste, mas também para os arquipélagos da Madeira e dos Açores, responsáveis por 20%.
“Em particular para os Açores, esta rota representa milhares de turistas anualmente”, lê-se.
Esta entidade lembrou ainda que o “transporte de carga” na linha permite “dezenas de milhões de euros de exportações da indústria portuguesa para a Hungria e países limítrofes”.
O Círculo de Portugal em Budapeste frisou também que vários dos países daquela zona “sofreram comparativamente menos durante a epidemia [de covid-19]”, sendo “mercados em que Portugal deve apostar em 2020″, até para atrair turistas.
“De que nos serve uma companhia nacional se ela não trouxer os turistas de que o país necessita para manter postos de trabalho e a economia a funcionar, num ano em que Portugal pode beneficiar da falta de vontade dos turistas de viajarem para outros mercados no sul da Europa? Para quê injetar dinheiro dos portugueses se a TAP não permite e não facilita o regresso dos nossos emigrantes a casa no Verão?”, pergunta.
Apesar de reconhecer que a comunidade portuguesa na Europa Central não tem “a dimensão de outras comunidades”, o Círculo realçou que os milhares de cidadãos lusos naquela zona “não podem, nem devem ser esquecidos”.
A Hungria está sob estado de emergência sem prazo limite desde 30 de março, apesar de a ministra da Justiça, Judit Varga, já ter dito que esse estado pode terminar em 20 de junho, numa declaração na rede social Facebook, na terça-feira.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 357 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
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