Teresa Santos, bióloga que está no local, contou à Lusa via telefone, que os cientistas estão junto a uma das portas do Ministério da Ambiente para “tentar impedir a entrada” de pessoas e para colar vários artigos científicos nas paredes para “demonstrar a necessidade de serem tomadas medidas “não para amanhã, mas para ontem”.
A bióloga explicou que esta ação, que decorre no âmbito da campanha “Parar o Gás” e de outra que está a decorrer hoje em vários países do mundo contra a inação dos governos, “é pacífica” e pretende chamar a atenção para o caos climático.
“O grupo de cientistas que está aqui hoje junto ao Ministério do Ambiente reivindica o facto de este ministério tal como o resto dos Estados, também o Estado português, continuarem reféns das indústrias fósseis e serem incapazes de tomar medidas atempadas que verdadeiramente enfrentem a crise climática”, contou.
De acordo com a bióloga e membro do movimento Scientist Rebellion, o Estado português continua a investir em estruturas fósseis ao contrário do que a ciência indica.
“O Estado português continua a fazer ‘green washing’ (...). Estamos dependentes do gás fóssil destas indústrias ao invés de fazer um forte investimento nas energias renováveis salvaguardando a parte biológica e não fazendo o que foi feito recentemente por pessoas como João Galamba [atual ministro das Infraestruturas] que na altura estava à frente da Agência Portuguesa do Ambiente que desmataram uma floresta de sobreiros para instalar painéis solares, um crime ambiental”, sublinhou.
Teresa Santos frisou a urgência em arranjar soluções para aliar uma transição para energia renovável como a solar sem danificar o meio ambiente.
“Temos de chegar a 100% de energia proveniente de fontes renováveis o mais rapidamente possível e apresentar soluções”, disse.
A bióloga disse ainda que esta ação está inserida na campanha “Parar o Gás” e também numa campanha internacional de cientistas.
“Vão ocorrer durante o dia de hoje várias ações por todo o mundo ligadas aos combustíveis fósseis e inação dos governos e pela necessidade de ter uma economia à base de renováveis”, concluiu.
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