O anúncio de alguns deles foi feito após uma reunião no Fórum Económico Mundial de Davos na qual participaram os Presidentes da Colômbia, Iván Duque, da Costa Rica, Carlos Alvarado, do Equador, Lenín Moreno, e a vice-Presidente do Peru, Mercedes Aráoz.
Iván Duque, o primeiro a tomar a palavra, disse que o seu país “reconhece Juan Guaidó como Presidente da Venezuela e acompanha este processo de transição para a democracia para que o povo venezuelano se liberte da ditadura”.
O chefe de Estado do Brasil, Jair Bolsonaro, também presente na reunião, declarou que o Brasil reconhece Guaidó “como Presidente, juntamente com os demais países do Grupo de Lima”.
Bolsonaro referia-se aos 13 países do Grupo de Lima signatários, a 04 de janeiro, de uma declaração de não-reconhecimento de legitimidade ao segundo mandato presidencial de Nicolás Maduro, que este iniciaria a 10 de janeiro, após eleições consideradas irregulares pela oposição venezuelana e pela comunidade internacional.
O Grupo de Lima, composto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Guiana e Santa Lucia, foi criado em 2017, quando a Venezuela foi palco de violentas manifestações, que causaram 125 mortos.
O Presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, também expressou hoje o seu “apoio a Juan Guaidó” como “Presidente encarregado da Venezuela”, depois de este se autoproclamar titular interino do cargo.
O Chile expressou igualmente o seu apoio a Guaidó como “Presidente interino” da Venezuela, depois de vários países da região terem feito o mesmo.
“O Governo do Chile, tal como o Grupo de Lima, e especialmente a Argentina, o Brasil, o Paraguai, o Peru, a Colômbia, o Canadá e também outros países do mundo, como os Estados Unidos, decidiu reconhecer esta Presidência interina de Juan Guaidó”, disse o chefe de Estado chileno, Sebastián Piñera.
“Queremos manifestar-lhe o nosso total apoio na sua importante e transcendente missão de poder avançar para a recuperação da democracia”, declarou Piñera.
O México, o único país do Grupo de Lima que não assinou a declaração rejeitando a legitimidade de Maduro, já se pronunciou sobre a autoproclamação de Guaidó como Presidente interino da Venezuela, afirmando que mantém o seu apoio ao Governo do chefe de Estado venezuelano Nicolás Maduro.
“Nós reconhecemos as autoridades eleitas segundo a Constituição venezuelana”, disse Jesús Ramirez Cuevas, porta-voz do Presidente mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador, citado pela agência de notícias francesa AFP.
Perante milhares de pessoas concentradas em Caracas, Guaidó autoproclamou-se hoje Presidente interino da Venezuela.
"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou.
Para Juan Guaidó, "não se trata de fazer nada paralelo", já que tem “o apoio da gente nas ruas".
O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.
Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela comunidade internacional.
A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se “em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas”.
A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.
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