“No momento da operação (…) o terrorista Jimmy Chérizier, que se encontrava no local, foi obrigado a fugir, deixando uma das suas armas Kalashnikov no chão”, informou a PNH, na sexta-feira, na rede social Facebook.

A operação foi levada a cabo na zona de Delmas 2, feudo do ex-polícia, por unidades especializadas da PNH, o Grupo de Intervenção e o Corpo de Intervenção e Manutenção da Ordem.

Durante a operação, dois alegados líderes do grupo foram mortos pela polícia, conhecidos pelos pseudónimos ‘Ti Chinay’ e ‘Ti Dyab’, após terem trocado tiros com os agentes durante as operações.

Estes dois indivíduos eram membros activos da Viv Ansanm e aliados de Jimmy Chérizier, conhecido como ‘Barbecue’.

“Durante esta operação, foi confiscada uma arma Kalashnikov de longo alcance”, acrescentou a polícia.

‘Ti Dyab’ era conhecido por sequestrar camiões que transportavam combustível e contentores de produtos alimentares.

A PNH disse estar “mais determinada do que nunca em combater o crime organizado em todas as suas formas”.

Esta semana, as forças de segurança lançaram operações contra gangues armados. Na terça-feira, as autoridades anunciaram que a polícia e os grupos de defesa civil tinham matado 28 membros de um gang após uma operação noturna em Porto Príncipe.

Novos dias de terror

Em 10 de novembro, ‘Barbecue’ anunciou novos dias de terror na região metropolitana de Porto Príncipe e pediu à população que não saísse às ruas a menos que seja necessário.

“O tempo de observação terminou (…) Ficámos sentados a observar para que as pessoas não digam que fomos nós que impedimos as escolas de abrir as portas”, disse o antigo polícia que se tornou um poderoso líder dos grupos armados.

No vídeo de cinco minutos, ‘Barbecue’ considerou que as autoridades não estão a zelar pelos interesses do povo haitiano, ao referir-se ao conflito entre o Conselho Presidencial de Transição (TPC, na sigla em francês) e o primeiro-ministro, que levou o TPC a demitir Garry Conille e nomear o empresário Alix Didier Fils-Aime.

Apesar da presença, desde junho, de tropas da Missão Multinacional de Apoio à Segurança, liderada e apoiada pela ONU, a violência no Haiti continua sem tréguas.

Na quartafeira, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, disse que, desde o início do ano pelo menos 4.544 pessoas morreram e 2.060 ficaram feridas devido à violência e da luta contra o crime organizado.

A ONU afirma que cerca de 700 mil pessoas estão atualmente deslocadas no país, metade das quais são crianças.