As alterações climáticas afetam as condições de trabalho de milhões de pessoas em todo o mundo. Este é o mote para a discussão que terá lugar a 19 e 20 de abril, no Auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, entre académicos, jornalistas, estudantes e movimentos sociais.

A conferência, organizada pelo Pulitzer Center em parceria com a Universidade de Coimbra, tem um formato híbrido, podendo a participação ser presencial ou online, mediante registo aqui.

O "pontapé de partida" para o debate será dado a partir das histórias mais relevantes do Pulitzer Center sobre estas questões. A título de exemplo, entre os temas a abordar estará a dos trabalhadores nepaleses no Mundial do Qatar, o esgotamento de recursos pesqueiros devido ao aumento das temperaturas do mar, os riscos que correm os países e cidades costeiros devido ao aumento do nível do mar ou a antecipada crise alimentar na índia devido à dependência do país de técnicas de agricultura de sequeiro.

"Milhões de trabalhadores em todo o mundo estão a sentir o impacto das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, vivemos num sistema de desigualdade que afeta pessoas com condições de trabalho injustas e inadequadas", refere Flora Pereira, diretora de educação internacional e divulgação do Pulitzer Center, em comunicado.

"As discussões da conferência - ao reunir jornalistas, investigadores e movimentos sociais que lidam diretamente com essas questões - ajudarão a entender como a perda de direitos climáticos e laborais podem estar interligados e como o aumento da injustiça e a concentração de poder num mundo afeta diretamente o outro", acrescenta.

Pretende-se desta forma falar sobre poder global, direitos laborais e justiça climática, mudanças climáticas e saúde, oceanos e nações costeiras, e colonialismo climático.

“A crise climática afeta as pessoas e as comunidades mais vulneráveis, diminuindo os direitos laborais e o acesso à justiça climática, afetando o exercício pleno das prerrogativas da cidadania e a solidariedade entre gerações. Sem a justiça climática e sem a cidadania climática estão em causa as bases de sobrevivência das comunidades e os princípios de uma emancipação plena”, nota José Manuel Mendes, Professor Catedrático de Sociologia na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e coordenador do Observatório do Risco.

A participação, no local ou online, é aberta e nos quatro idiomas disponíveis: inglês, português, bahasa indonésio e francês.