A quadra festiva gerou um aumento da testagem em Portugal, que voltou a alcançar dois novos máximos de testagem diária à covid-19 na quinta-feira e na sexta-feira, com a realização de 620 mil testes realizados, revelou hoje o Instituto Nacional de Saúde (INSA) Ricardo Jorge.
Segundo o INSA, do total de testes efetuados, cerca de 132 mil foram testes TAAN/PCR e mais de 488 mil Testes Rápidos de Antigénio (TRAg) de uso profissional.
Numa fase em que os casos têm aumentado, a Linha Saúde 24 encontra-se sob pressão, tornando cada vez mais difícil por estes dias conseguir ver as chamadas atendidas. A SIC dá conta de casos de pessoas que aguardam cerca de 46 minutos em linha sem conseguir chegar a estabelecer contacto, já que a chamada acaba por cair. O número de chamadas que ficar por atender é até ao momento desconhecido.
Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde confirmaram à SIC o crescimento acentuado e brusco da procura da linha, na sequência do súbito agravamento da pandemia.
De 1 a 25 de dezembro, o centro de atendimento terá solicitado perto de 225 mil testes à covid-19, sendo que só no dia de Natal a linha requisitou cerca de 12.400 testes e foram emitidas 9.600 declarações de isolamento profilático.
Depois de três dias consecutivos com mais de 10 mil casos diários, nas últimas 24 horas, o país registou mais 3.732 novas infeções e mais 13 mortes associadas à covid-19. O boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde revelou ainda um aumento do número de pessoas internadas, contabilizando hoje 878 internamentos, mais 21 do que dia anterior, e 151 em Unidades de Cuidados Intensivos.
Já os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, passando a barreira dos 100 mil ao totalizarem 101.719, mais 2.125 casos ativos.
Em relação ao dia anterior, as autoridades de saúde têm mais 1.777 contactos em vigilância, totalizando 124.177 pessoas que também se encontrarão em isolamento profilático.
No entanto, há um ano, exatamente no dia antes de se começar a vacinação contra a covid-19 em Portugal, os números eram bem diferentes e o país registava 78 mortes e 1.214 casos confirmados de novas infeções, e estavam internadas 2.790 pessoas e 513 doentes em Unidades de Cuidados Intensivos. Os efeitos da vacinação estão à vista, uma redução das mortes e dos internamentos.
Porém, enfrentamos agora um novo desafio – a Ómicron, que já é dominante em Portugal, com uma proporção de casos estimada em 61,5%. E, por isso, na “ressaca” do Natal, perante o risco de aumento de casos, as próximas duas semanas serão de contenção, mas muito longe das restrições e do recolher obrigatório que alguns concelhos (de risco extremo e muito elevado) experienciavam no ano passado, por esta altura.
Desde ontem, estão em vigor as medidas que estavam previstas para terem início apenas a 2 de janeiro, com o objetivo de conter o agravamento da pandemia no país, como a obrigatoriadade de teletrabalho, independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam; o encerramento de creches e ATLs; o encerramento de discotecas e bares; a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para acesso a estabelecimentos turísticos e de alojamento local, casamentos e batizados, eventos empresariais, eventos culturais e recintos desportivos (salvo decisão de DGS); e foi imposta a redução de lotação nos estabelecimentos comerciais a 1 pessoa por 5 metro quadrado.
Durante as próximas duas semanas, apenas 800 escolas do continente estarão abertas com o objetivo de receber os filhos de trabalhadores essenciais e para fornecimento de refeições a crianças beneficiárias de ação social (consulte a lista).
Além disso, os saldos estão proibidos entre 25 de dezembro e 9 de janeiro e as trocas nas lojas poderão ser efetuadas até ao final do próximo mês.
Que as próximas semanas sejam, então, de contenção e que se continue a testar – sem esquecer o uso de máscara, distanciamento, higienização das mãos e ventilação dos espaços –, para evitar trazer de volta a memória de um janeiro como aquele que vivemos o ano passado.
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