“Porque há uma decisão política a tomar, a CTP gostaria que os dois maiores partidos, PSD e PS, fizessem já um pacto de regime que tenha como prioridades temas que vão para lá de uma legislatura, desde logo a decisão sobre o novo aeroporto, assim como a TAP”, defendeu a confederação, em comunicado enviado à comunicação social.

Na terça-feira, a Comissão Técnica Independente (CTI) apresentou o relatório preliminar da avaliação ambiental estratégica para a expansão aeroportuária da região de Lisboa, concluindo que das nove opções em estudo, apenas Alcochete e Vendas Novas são viáveis, sendo a primeira mais vantajosa, e prevendo uma solução dual provisória com o Aeroporto Humberto Delgado.

“O que a CTI anunciou ontem [terça-feira] não é vinculativo, requer decisão política que, mais uma vez, vai ficar adiada devido à atual conjuntura política, pelo que temos de ficar à espera do novo Governo que saia das eleições legislativas a 10 de março, para ter uma decisão, que já devia ter sido tomada há mais de 50 anos”, realçou a CTP na mesma nota.

Na terça-feira, após a apresentação do relatório da CTI, o presidente da CTP, Francisco Calheiros, disse acreditar que nem nos próximos dez anos vai haver um novo aeroporto e que a “grande preocupação” para a confederação “é que a Portela está completamente esgotada”, pelo que é necessário uma solução de médio prazo, disse, apontando Montijo como “a solução mais barata, mais rápida” e a única que tem uma declaração de impacto ambiental e que está já negociada com a concessionária.

“Não vai ser nos próximos dez anos que vai haver um aeroporto e dez anos para rentabilizar o Montijo é muito mais do que suficiente”, reforçou.

Para Francisco Calheiros, a opção por Alcochete tem “claramente riscos económicos” porque o país está “a perder dinheiro todos os dias” ao recusar voos por falta de capacidade, “inclusive para a própria privatização da TAP”.

“Quem vai comprar a TAP vai querer desenvolvê-la e para isso tem de ter capacidade de pistas, tem de ter capacidade aeroportuária para o fazer”, afirmou.

Na nota enviada hoje, a CTP insistiu numa “solução para o médio prazo”, que não vê contemplada no relatório da CTI, o que considera um erro.