“Eu não sei se o PS vai mudar de líder em fevereiro ou março, se calhar vai. Se calhar o mais provável é que lá para março tenhamos outro líder do PS”, previu, pouco depois de ter votado nas listas para os órgãos nacionais do partido esta manhã no 39.º Congresso do PSD, que termina hoje no Europarque em Santa Maria da Feira (Aveiro).
Montenegro, que no seu discurso no sábado, perante os quase mil congressistas, desafiou o presidente do PSD a fazer o “teste do algodão” ao PS e forçar António Costa a esclarecer se viabilizará um executivo minoritário ou orçamentos dos sociais-democratas, insistiu que é importante perceber o que é que o PS quer fazer com o país.
“O PS, até aqui, quis unir esforços para governar ao PCP e ao Bloco de Esquerda e parece-me que vai continuar a ser assim, mas isso tem de ficar claro antes das eleições, porque quando os portugueses forem chamados a ir a uma cabine de voto e livremente expressarem a sua vontade pondo a sua cruzinha num quadradinho de um boletim de voto devem saber que do lado do PS estão a votar também no PCP e no Bloco de Esquerda”, afirmou.
Montenegro escusou-se a responder se o futuro da liderança de Rui Rio vai estar em jogo depois das legislativas, vincando que os social-democratas estão “concentrados em ganhar”.
“Cá estaremos para analisar as eleições, qualquer que seja o seu resultado. O PSD nunca deixa de analisar os resultados eleitorais em qualquer circunstância. Nós neste momento estamos concentrados em ganhar”, afirmou, garantindo que a unidade, que tem sido propalada ao longo do Congresso, “é muito genuína e autêntica”.
Montenegro, que é o primeiro subscritor de uma das 11 listas ao Conselho Nacional alternativas à da direção, recusou ainda a ideia de que esteja a medir forças com Miguel Pinto Luz, apoiante de Paulo Rangel nas últimas eleições diretas, que encabeça outra das listas.
“Isto é a democracia interna do PSD a funcionar como deve, com a diversidade de opinião interna, que sempre houve e que é um apanágio da história e do ADN do PSD. Portanto, aqui não se mede nada. Aqui, elegem-se militantes para exercer cargos nos órgãos nacionais”, afirmou.
O dia de hoje dos trabalhos terminará com o segundo discurso de Rui Rio, já com órgãos nacionais eleitos e moção global aprovada (sem votos contra e com duas abstenções numa sala praticamente vazia), e para o qual o líder já deixou pistas.
Além da lista de Rui Rio para a Comissão Política Nacional do PS, os delegados podem escolher entre 11 listas ao Conselho Nacional, duas ao Conselho de Jurisdição e duas à Mesa do Congresso.
JDN // JPS
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