"No PSD não existe oposição, podem existir opiniões diferentes que contribuem para aquela que é a oposição que o PSD deve fazer ao PS. É natural que no PSD existam diferentes pontos de vista, diferentes perspetivas, desde logo, sobre a melhor estratégia para o partido fazer oposição. A oposição não é dentro do PSD", garantiu o ex-governante e subscritor de uma moção setorial ao 38ª congresso do partido.
Em declarações aos jornalistas à chegada ao centro cultural de Viana do Castelo, onde decorre o congresso, Maduro disse estar na reunião magna dos sociais-democratas para "dar o contributo" ao partido, juntamente com outros militantes, referindo-se à moção "Reformar o PSD para Reformar a Política", que "quer o PSD a liderar uma reforma dos partidos políticos".
"É uma reforma fundamental no sentido dos partidos voltarem a reconquistar a confiança dos cidadãos na política", defendeu.
O documento, que tem como primeiros subscritores os ex-governantes do PSD Miguel Poiares Maduro e António Leitão Amaro, o deputado Duarte Marques, a eurodeputada Lídia Pereira e o antigo deputado ao Parlamento Europeu Carlos Coelho, defende a introdução de primárias abertas no PSD e a possibilidade de o pagamento de quotas ser trocado por atividade partidária.
Sobre o discurso do presidente do PSD, na sexta-feira, na abertura do congresso, o ex-ministro de Passos Coelho disse ter sido marcado pela "tónica certa".
"Uma tónica de defesa da unidade do partido, mas uma unidade que tem de estar ao serviço sobretudo do país. Faz sentido o PSD ter unidade, desde logo na medida em que essa unidade reflita o pluralismo que existe dentro do partido. Cada um deve e tem direito a ter a sua opinião, mas deve contribuir com a sua opinião de uma forma leal para que o partido esteja em melhores condições de oferecer ao país um projeto alternativo aquele que o PS oferece", sustentou Poiares Maduro.
Defendeu ainda um "projeto político ambicioso" que seja uma "alternativa" à atual governação do PS, "para que o país possa enfrentar os desafios estruturais que ainda tem pela frente, ao nível da desigualdade, dos baixos rendimentos".
"Isso passa desde logo por vencer as eleições. Penso que é essa também a ambição do líder. É essa a ambição que ele tem apresentado e que, estou confiante, é o que vai acontecer no futuro", referiu.
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