“Confirmamos que o SUCH-Veolia apresentou um requerimento de abertura da instrução, de forma a pronunciar-se sobre os factos que lhe estão imputados e poder demonstrar as razões por que entende que essa acusação não devia ter tido lugar”, declarou à Lusa fonte oficial do SUCH-Veolia, que efetuava a limpeza e a manutenção das torres de refrigeração utilizadas para a produção e fornecimento de energia e água ao hospital.
Este agrupamento complementar de empresas, que junta o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) – tutelado pelos ministérios da Saúde e das Finanças – e a multinacional francesa Veolia, esclareceu também que “tem estado sempre à disposição das autoridades e do hospital para prestar todos os esclarecimentos, todas as informações e todas as análises que fossem solicitadas” sobre o surto que infetou pelo menos 56 pessoas e causou seis mortes.
“Continuamos a entender que a determinação da verdadeira origem deste surto depende de uma investigação profunda de todas as fontes possíveis de desenvolvimento de ‘legionella'”, acrescentou a mesma fonte, sem deixar de reiterar a sua confiança de que “os procedimentos de manutenção e prevenção praticados foram os adequados” e que a conformidade da sua implementação é “rastreável”.
A SUCH-Veolia e os engenheiros Álvaro Lopes e Marco Sabino — a quem caberia zelar pelo correto funcionamento do equipamento — respondem pelos crimes de infração de regras de construção e 22 crimes de ofensa à integridade física, dos quais dois na forma agravada.
O surto de ‘legionella’ no Hospital São Francisco Xavier, integrado no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, foi dado como terminado no dia 27 de novembro de 2017. O surto tinha sido confirmado no dia 3 de novembro.
A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
Comentários