O secretário nacional do PD, Nicola Zingaretti, fez o anúncio após ser recebido pelo Presidente Mattarella, que está a conduzir a segunda ronda de negociações, para encontrar uma solução governativa, após a dissolução da coligação governamental entre o M5S e o Partido Liga (extrema-direita) do ministro do Interior, Matteo Salvini.
“Explicámos ao Presidente que aceitamos a proposta do M5S para indicar o novo primeiro-ministro”, disse Nicola Zingaretti, que acrescentou que prometeu apresentar ao Presidente italiano um programa de Governo conjunto, nos próximos dias.
O M5S tinha ameaçado suspender as conversações, se o PD não levantasse o veto ao nome de Giuseppe Conte, para líder de um futuro executivo de coligação.
Agora, o PD concorda que “o M5S escolha o futuro primeiro-ministro”, disse Zingaretti, sem se referir ao nome de Conte, mas sabendo que será essa a escolha do parceiro de coligação.
Zingaretti disse estar confiante em que o PD e o M5S conseguirão apresentar um programa político baseado em posições comuns, que garanta estabilidade política ao futuro Governo, de novo liderado por Conte.
"Estamos dispostos a apoiar uma nova etapa para Itália, a nível político, económica e social, com um Governo que reconheça que existem dificuldades económicas, mas consciente de que essas dificuldades podem ser superadas", explicou o líder do Partido Democrata, principal partido do centro-esquerda italiano.
Giuseppe Conte tem-se tornado estimado em Itália, internamente, com as sondagens a indicarem elevados níveis de popularidade, e externamente, com o Presidente norte-americano Donald Trump a elogiá-lo, no final da cimeira do G7, que decorreu este fim de semana na cidade francesa de Biarritz.
Conte nunca escondeu as divergências com Matteo Salvini, líder do Partido Liga, com quem governava em coligação e de quem se afastou devido às posições radicais anti-migrantes do também ministro do Interior.
A ideia de uma nova coligação, desta vez com o PD foi lançada pelo antigo primeiro-ministro Matteo Renzi (2013-2016), que apelou a uma compatibilização dos programas dos dois partidos, sobretudo na área económica e social.
O programa dos dois partidos, que tem sido divulgado, inclui um plano para ultrapassar a crise de crescimento económico de Itália, com atenção aos mais desfavorecidos e com uma forte atenção à área da economia verde.
"Em tempos complicados como os de hoje, evitar a responsabilidade de ter a coragem de tentar é algo que não podemos e não queremos permitir”, afirmou o líder do PD, à saída da audiência com o Presidente.
Uma dúvida que permanece é a futura situação de Luigi di Maio, líder do M5S e atual vice-primeiro-ministro do Governo de Conte.
O PD defende que com a futura coligação, o segundo membro do executivo deve ser ocupado por alguém deste partido, o que obrigará Conte a diminuir a presença ou a afastar o líder do M5S de um executivo onde este partido pontifica.
O Presidente italiano também tem deixado claro que espera que o futuro Governo tenha uma forte base de apoio político, sem a qual tomará a decisão de marcar eleições antecipadas.
(Notícia atualizada às 18:52)
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