“Temos a situação do fogo que reacendeu na zona do Curral das Freiras”, afirmou o presidente do município de Câmara de Lobos, Leonel Silva, em declarações à agência Lusa.
Segundo o autarca, o fogo reacendeu num local montanhoso, num “sítio inacessível para meios humanos, operacionais e o meio aéreo”.
“A situação no período da manhã estava contida, mas com o início do dia, com o sol e com o vento, e como existem muitos pontos quentes, rapidamente pode ocorrer este tipo de situações que é os reacendimentos”, sublinhou.
De acordo com Leonel Silva, esta situação no Curral das Freiras “é o único ponto ativo” no concelho de Câmara de Lobos.
Contudo, acrescentou, outra situação que está a deixar o município “ainda com uma preocupação redobrada” e que continuou a envolver “muitos meios da Câmara Municipal ao longo do dia de hoje tem a ver com a da Fajã das Galinhas”.
“Não está inativo e existem ainda alguns pontos quentes”, disse, acrescentando que, apesar de não haver labaredas, “à semelhança com aquilo que se passou no Curral das Freiras não dão garantias de segurança de que não possam surgir novos fogos”.
Numa conferência de imprensa para fazer um ponto de situação do combate ao fogo, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, indicou que se mantêm ativas, ao início da noite, as frentes da Encumeada (Ribeira Brava) e do Paul da Serra (Ponta do Sol).
Há também registo de um reacendimento no Curral das Freiras, em Câmara de Lobos, município onde o dispositivo mantém uma “vigilância ativa”.
Na Serra de Água, onde a situação já foi preocupante e o fogo esteve perto de casas, registam-se neste momento “pequenos reacendimentos, alguns pequenos focos de lume, mas a ser controlados”, disse Ricardo Nascimento, em declarações à agência Lusa, cerca das 13h30.
“O incêndio já se fez deslocar para outros sítios, para as zonas altas da Ribeira da Tabua, mas está longe da população, os bombeiros estão a acompanhar e também nas zonas bem altas do sítio da Furna, que também está longe das habitações”, adiantou.
O autarca informou ainda que o município está a efetuar a limpeza de algumas estradas e caminhos municipais.
A maioria dos moradores retirados das habitações nos últimos dias e que foram alojados no pavilhão desportivo do concelho, já poderão, na tarde de hoje, regressar a casa.
É apenas preciso ter “alguma cautela no regresso das pessoas” que residem na zona da Achada dos Aparícios, referiu.
Relativamente às condições meteorológicas, Ricardo Nascimento apontou que estão mais favoráveis para o combate ao fogo.
Ainda de acordo com o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, o incêndio que deflagrou na quarta-feira não provocou vítimas, nem desalojados.
Os danos registados até ao momento foram em palheiros, arrecadações, terrenos agrícolas e também alguns animais morreram, indicou. Ricardo Nascimento adiantou também que foi criado um pequeno gabinete de apoio para monitorizar estes casos no edifício da Junta de Freguesia da Serra de Água.
Entretanto uma bombeira da equipa de reforço proveniente dos Açores teve hoje de ser transportada para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal. Esta noite, a bombeira já teve alta, adiantou à Lusa fonte do Governo Regional.
Fonte do gabinete do secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, indicou à Lusa que a bombeira, da equipa de reforço proveniente dos Açores, teve alta clínica e regressou ao local onde estes elementos estão a pernoitar.
Não há outros feridos a registar, tal como se mantém o balanço de não haver habitações ou infraestruturas essenciais consumidas pelas chamas.
O incêndio rural deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho contíguo a este, Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos moradores já regressaram ou estão a regressar a casa.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de feridos ou de destruição de casas e infraestruturas essenciais.
O fogo mobiliza perto de duas centenas de operacionais (inclusive do continente e dos Açores) e algumas dezenas de viaturas, além do meio aéreo do arquipélago, com as atenções centradas sobretudo nos concelhos da Ribeira Brava e da Ponta do Sol.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirma tratar-se de fogo posto, mas as causas ainda não foram divulgadas.
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