PAN
O PAN anunciou hoje que vai propor a criação de um grupo de trabalho sobre os abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal, defendendo que o trabalho da Comissão Independente tem de ter sequência.
Numa série de publicações na rede social Twitter, a porta-voz do PAN e deputada única Inês Sousa Real agradeceu à Comissão Independente o trabalho desenvolvido e apelou a que “a Igreja, a sociedade e o Estado não deixem cair este tema no esquecimento” e que “não haja tolerância com os abusadores”.
“As conclusões do relatório da Comissão Independente foram hoje conhecidas, tendo identificado perto de 5 mil vítimas de abuso abusos de sexual na Igreja em Portugal e identificam a necessidade de se aumentar os prazos de prescrição destes crimes”, salientou.
“A Igreja não pode continuar a ocultar este tipo de crimes e a proteger abusadores. É fundamental que tornem consequentes as recomendações feitas”, defendeu a deputada.
Inês Sousa Real sublinhou que o partido já apresentou no Parlamento uma iniciativa que visa alterar os prazos de prescrição dos crimes de abuso sexual, “uma matéria que na legislatura passada foi rejeitada pela maioria PS/PSD”.
“Vamos ainda propor a criação de um Grupo de Trabalho na Assembleia da República neste âmbito”, escreveu ainda a deputada do PAN.
IL
O presidente da IL, Rui Rocha, classificou hoje os abusos sexuais na Igreja Católica como "um gravíssimo atentado à liberdade" individual, considerando que, apesar dos danos irreparáveis, é fundamental “garantir a compensação possível” e a prevenção.
“Os abusos hoje revelados constituem um gravíssimo atentado à liberdade e à integridade física e psicológica. O esforço sério de documentação de milhares de situações não apaga décadas de encobrimento que constituíram uma segunda provação para as vítimas”, condenou Rui Rocha numa reação através da rede social Twitter sobre o relatório hoje apresentado.
Segundo o líder da IL, “os danos são irreparáveis, mas é fundamental garantir a compensação possível e assegurar que estas situações são prevenidas, identificadas e condenadas sempre que não for possível impedi-las, aconteçam onde acontecerem, seja em que instituição for”.
“Não há espaço para o abuso e para a violência numa sociedade justa e democrática. É sempre intolerável, mas é particularmente infame quando se exerce a partir de uma posição de poder sobre vítimas indefesas”, criticou.
Chega
O presidente do Chega apelou hoje ao Ministério Público para que “atue rapidamente” relativamente aos abusos na Igreja Católica, pedindo uma “união na Assembleia da República” para que se aumente o prazo de prescrição destes crimes.
André Ventura esteve esta tarde reunido com o presidente da Câmara de Loures a propósito da organização da Jornada Mundial da Juventude, tendo reagido, no final, em declarações aos jornalistas, ao relatório. “Há aqui dois reptos que eu, a par da minha tristeza pessoal, acho que ficam para o futuro. O repto ao Ministério Público para que atue rapidamente agora com os dados que temos, sobre os casos em que ainda é possível atuar dentro do prazo de prescrição”, apelou.
O segundo repto deixado pelo presidente do Chega foi para “uma união na Assembleia da República” de forma que se aprove um projeto que já tinha sido apresentado pelo partido para aumentar “o prazo de prescrição destes crimes e para começar a contar-se o prazo desses crimes aos 30 anos da vítima”.
“Há uma coisa que pode unir a Assembleia da República, que são os prazos de prescrição. Esta é uma questão que pode unir esquerda e direita porque não é uma questão de mais punitivo ou menos punitivo, é ter a consciência do que a comissão disse hoje de que há muita gente que é abusada e apenas tem condições de falar sobre estes casos muitos anos depois”, enfatizou.
Na opinião de André Ventura, é preciso “dar essa possibilidade” às vítimas, sendo isso que está a ser feito “noutros países” e por isso “não há nenhuma razão” para não se fazer em Portugal.
“Porque senão os relatórios podem ser importantes do ponto de vista de sarar feridas, de alguma conciliação, mas se as pessoas sentirem que falam e que não acontece nada, vão sentir que justiça ficou por fazer”, disse.
Livre
O deputado único do Livre, Rui Tavares, defendeu hoje o “fim à impunidade, ao encobrimento e aos abusos” na Igreja Católica, considerando que tudo tem que ser feito para que mais ninguém passe por uma situação semelhante.
“Não podemos falhar a quem teve de relembrar o trauma e temos de fazer tudo para que mais ninguém tenha de passar pelo que passaram. Fim à impunidade, fim ao encobrimento e fim aos abusos tem de ser a nossa missão”, escreveu o deputado do Livre, na sua conta na rede social ‘Twitter’.
Na opinião do historiador e parlamentar do Livre, “hoje, mais do que nunca, com a leitura do relatório da comissão independente para o estudo dos abusos sexuais de crianças na Igreja Católica, fica evidente a coragem das pessoas que relataram aquilo por que nunca deveriam ter passado”.
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