Sob o mote “Justiça na resposta à crise”, os bloquistas terminam a reunião magna de dois dias, com muitas restrições devido à pandemia de covid-19 — que já tinha obrigado a um primeiro adiamento da convenção -, como a redução para metade dos delegados previstos e as restantes regras sanitárias.
É também devido à pandemia que, ao contrário do habitual, a Mesa Nacional do BE decidiu não ter convidados na sessão de encerramento, como acontece habitualmente, por exemplo, com as delegações dos restantes partidos.
As críticas assumidas ao PS, o fim da 'geringonça', o caminho para o próximo Orçamento do Estado, as eleições autárquicas — com avisos para o risco de um novo mau resultado – e as críticas da oposição interna à liderança de Catarina Martins marcaram o primeiro dia da reunião magna.
Os delegados vão poder votar em quatro listas para a Mesa Nacional e três para a Comissão de Direitos, com a direção de Catarina Martins a apresentar uma proposta de continuidade e com poucas alterações.
Uma vez que a moção A, da atual liderança, elegeu uma menor percentagem de delegados do que em relação à última convenção, é previsível que lista de Catarina Martins alcance menos lugares na Mesa Nacional do que os 70 em 80 possíveis de 2018.
Entre os primeiros dez nomes estão a atual coordenadora, Catarina Martins, o líder parlamentar (atualmente em licença de parentalidade) Pedro Filipe Soares, a eurodeputada Marisa Matias e os deputados Jorge Costa, Joana Mortágua, Fabian Figueiredo (que está a substituir no parlamento Pedro Filipe Soares), Mariana Mortágua, José Soeiro, Isabel Pires e José Manuel Pureza.
A ex-deputada Helena Pinto, o vereador na Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, e o deputado Luís Monteiro — recentemente envolvido em acusações de violência doméstica, que já negou — são algumas das saídas a assinalar.
O historiador Miguel Cardina, investigador do Centro de Estudos Sociais, e o economista Alexandre Abreu, que concorreu às últimas europeias pelas listas do BE e será cabeça de lista à Assembleia Municipal de Cascais, são algumas das caras novas que a lista da moção A apresenta.
Já a moção E, promovida pelos críticos do movimento Convergência e que conseguiu eleger 66 delegados, apresenta como número um Ana Sofia Ligeiro e como número dois o histórico Mário Tomé.
Mais abaixo na lista da moção E a este órgão, aparece o ex-deputado Pedro Soares, que na anterior convenção foi eleito para a Mesa Nacional pela lista de Catarina Martins, mas que, entretanto, está afastado da direção e surge no grupo dos críticos.
À Mesa Nacional apresentam ainda lista as moções C e N.
Já à Comissão de Direitos, o outro órgão eleito em convenção, foram validadas três listas: moção A, moção Q e moção E.
Em debate e votação nesta XII Convenção Nacional estão cinco moções de orientação política, tendo a eleição de delegados decorrido no passado fim de semana, com a moção A (da atual liderança) a conseguir 233, a moção E (promovida pelos críticos do movimento Convergência) 66, a moção Q nove delegados, a moção C oito lugares, enquanto a moção N ficou com cinco delegados.
As diferentes plataformas locais elegeram, no seu conjunto, os restantes 22 delegados.
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