Em declarações à Lusa, Manuel Heitor referiu que “a parceria com a Índia foi sobretudo desenvolvida nos últimos três anos”, em resultado de um esforço diplomático fortalecido com a visita oficial ao país do primeiro-ministro, António Costa, há um ano.
Desde então, a cooperação bilateral tem avançado “sistematicamente”, sobretudo em áreas como robótica marinha (sensores autónomos para os oceanos) e nanotecnologias e biomateriais, sempre “com uma componente digital forte”, vincou.
A Cimeira Tecnológica Índia-Portugal – organizada pelo Governo indiano, através do Departamento de Ciência e Tecnologia e da Confederação da Indústria, e coordenada em Portugal pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em colaboração com a Agência Nacional de Inovação, a Portugal Space e o AIR Centre – “pretende estimular a criação de parcerias bilaterais em ciência e tecnologia”, refere a nota de apresentação do evento.
A cimeira tecnológica vai reunir um conjunto de investigadores e empresários que trabalham em áreas como agricultura, gestão da água, biomateriais, interação entre oceanos e espaço e oceanos e clima.
“São áreas onde os indianos têm capacidade científica e um grande envolvimento económico, o que para Portugal é particularmente interessante”, frisou, referindo outro ponto de cooperação bilateral: as preocupações ambientais.
Para além da cooperação científica bilateral, a cimeira tecnológica “também tem uma relevância política muito importante”, porque antecede a cimeira entre a União Europeia (UE) e a Índia, agendada para maio, durante a presidência portuguesa.
Os resultados da cimeira científica poderão ser “particularmente importantes para alavancar, de uma forma geral, a colaboração entre a Europa e a Índia, que vai ser (…) focada nas questões ambientais e nas relações sociais”, antecipa Manuel Heitor.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior recordou a presença de investigadores indianos no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, em Braga, no Instituto de Investigação em Biomateriais da Universidade do Minho e noutros centros científicos em Lisboa e Porto.
A Índia “não tem capacidade interna para formar toda a sua população” e Portugal quer “atrair talentos” indianos, “jovens, mulheres e homens” para virem estudar ou fazer investigação em Portugal, assinalou. “Claro que temos capacidade para [captar] mais, mas mais do que o número, o importante aqui é a qualidade", frisou.
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