Segundo o ministro, a Guarda é “uma cidade de cultura, uma cidade que faz” e que está aberta a uma “dimensão muito importante” na internacionalização do país, que é a cooperação transfronteiriça.
Luís Filipe Castro Mendes falava na cidade da Guarda, onde presidiu à inauguração de uma exposição de Paula Rego intitulada “As infâncias perduráveis”, realizada no âmbito do 3.º Simpósio Internacional de Arte Contemporânea (SIAC), e à cerimónia de assinatura de um protocolo entre o município e o Novo Banco, para cedência de cinco obras de arte contemporânea.
No seu discurso, o governante falou da cooperação transfronteiriça existente nas duas regiões, que tem sido feita em toda a raia e que, neste momento, “está a crescer”.
“Já temos uma Eurocidade – Badajoz, Campo Maior, Elvas – e, entre a Guarda e Salamanca, está-se a criar também uma relação que é importante para a internacionalização da cultura, para a visibilidade da cidade e da sua criação e dos seus monumentos”, disse Luís Filipe Castro Mendes.
O ministro saudou o trabalho que está a ser feito e reafirmou que “é pelo caminho da descentralização” que se chegará “à valorização do interior e à dinamização da cultura e ao maior investimento público da cultura em Portugal”.
A partir de hoje, o Museu da Guarda passa a deter cinco obras de arte da coleção do Novo Banco, de cinco artistas contemporâneos portugueses: Nikias Skapinakis, José de Guimarães, Júlio Resende, Luís Pinto Coelho e João Hogan.
O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse, na sessão, que a distribuição de várias obras de arte pelo país foi criando “um conceito e uma homogeneidade” que a coleção não tinha.
No caso da Guarda, referiu que “é a primeira cedência coletiva de quadros”, a primeira cedência de obras de artistas portugueses e também a primeira cedência de arte contemporânea.
As cinco obras que enriquecem o acervo daquele museu, que é gerido pelo município da Guarda, ficam expostas em permanência numa área específica, que foi preparada para o efeito e hoje inaugurada pelo ministro da Cultura.
O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Álvaro Amaro, considera que a cedência das obras constitui “mais uma boa perspetiva” para a autarquia continuar a “fazer a afirmação da Guarda no plano cultural”.
Aludiu depois ao SIAC, dizendo que a Guarda “está também, por esta via, a abrir mais um corredor da cultura portuguesa para a Europa”.
No âmbito do SIAC, que decorre até ao dia 18, foram ainda inauguradas as exposições “Recliner [after MvdR] and other sculptures”, de Fernanda Fragateiro, e “Sobre a Terra Fendida Uma Chama”, de Sebastião Resende.
O Simpósio Internacional é uma iniciativa organizada pelo Município da Guarda e o seu museu, com o apoio da Universidade de Salamanca (Espanha), da Casa das Histórias Paula Rego, da Fundação Dom Luís, do Centro de Arte Manuel de Brito e da Fundação Serralves.
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