Em declarações aos jornalistas após uma intervenção em plenário da COP25, que termina na sexta-feira em Madrid, João Pedro Matos Fernandes manifestou-se convencido de que sairá um acordo das negociações, mas ressalvou que não se pode passar à frente da questão dos mercados de emissões.
"O trabalho técnico está feito, agora cabe aos não técnicos serem capazes de fechar" as negociações na 25.ª Conferência das Partes à Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (COP25), indicou.
A posição portuguesa é que todos os créditos de emissões que existem desde a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, em 1997, têm que desaparecer, referiu, acrescentando que em conjunto, os membros da União Europeia têm que ser "muito intransigentes" nessa exigência.
A seguir a Quioto, "o mercado foi invadido por créditos de carbono, certamente bem intencionados, mas que não se conseguem controlar" e sem que desapareçam não se pode, "em situação alguma, avançar para um novo mecanismo de mercados de carbono".
A situação atual permite contas "absurdas", como "o país A vender ao país B e, quer o A, quer o B podem contar com esses créditos", reiterou.
Na sua intervenção perante as delegações internacionais, João Pedro Matos Fernandes garantiu que "Portugal vai cumprir, está a cumprir e não admite que outros falhem" no sentido da neutralidade carbónica e do combate às alterações climáticas.
"Não podemos permitir que outros falhem porque nós também não vamos falhar", disse aos jornalistas, lembrando que, por se encontrar na bacia do Mediterrâneo, Portugal é um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, com a seca instalada no sul e 15 quilómetros de costa perdidos para o avanço do mar.
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