"O verdadeiro trabalho continua fora dessas salas. E nunca, jamais, desistiremos", disse a fundadora do movimento greve climática estudantil, numa mensagem divulgada no Twitter, a propósito do fim da COP26, após duas semanas de trabalhos e um dia depois do previsto.

A jovem ativista sueca já tinha advertido que classificar o acordo climático como “pequenos passos na direção certa”, “fazer algum progresso“, ou “ganhar gradualmente” era o “equivalente a perder".

A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) adotou formalmente uma declaração final com uma alteração de última hora proposta pela Índia que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.

A proposta foi feita pelo ministro do Ambiente indiano, Bhupender Yadav, que no plenário de encerramento pediu para mudar a formulação de um parágrafo em que se defendia o fim progressivo do uso de carvão para produção de energia sem medidas de redução de emissões.

A Índia quis substituir o fim progressivo - "phase-out" por uma redução progressiva - "phase down" -, uma proposta que foi aceite com manifestações de desagrado de várias delegações, como a Suíça, e a União Europeia, e ainda de países mais vulneráveis às alterações climáticas.

Quis ainda acrescentar ao parágrafo o "apoio aos países mais pobres e vulneráveis em linha com as suas circunstâncias nacionais".

O secretário-geral das Nações Unidas também comentou o acordo alcançado em Glasgow, alertando que "a catástrofe climática continua a bater à porta".

Em comunicado, António Guterres considerou que a COP26 "deu passos em frente que são bem-vindos", mas ressalvou que se trata de "um compromisso" cheio de "contradições".

"Ainda não chega", afirmou sobre o consenso a que se conseguiu chegar em Glasgow.

O documento hoje aprovado, que ficará conhecido como Pacto Climático de Glasgow, preserva, por outro lado, a ambição do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC (graus celsius) acima dos níveis médios da era pré-industrial.

O documento, que sofreu alterações até ao último momento, diz também ser necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010.

Reconhece ainda que limitar o aquecimento global a 1,5ºC exige “reduções rápidas, profundas e sustentadas das emissões globais de gases com efeito de estufa, incluindo a redução das emissões globais de dióxido de carbono em 45% até 2030 em relação ao nível de 2010 e para zero por volta de meados do século, bem como reduções profundas de outros gases com efeito de estufa”.

O Pacto Climático de Glasgow salienta a urgência de reforçar a ambição e a ação em relação à mitigação, adaptação e financiamento nesta “década crítica” para colmatar as lacunas na implementação dos objetivos do Acordo de Paris, e pede aos países em falta que apresentem até novembro do próximo ano as suas contribuições para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Os presentes em Glasgow instaram também, segundo o documento aprovado, os países desenvolvidos a “pelo menos duplicarem” o financiamento climático para a adaptação às alterações climáticas dos países mais pobres e apela aos países mais ricos e instituições financeiras para “acelerarem o alinhamento das suas atividades de financiamento com os objetivos do Acordo de Paris”.

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