”Se somos suficientemente fortes para desestabilizar o nosso planeta, também somos suficientemente poderosos para o salvar se trabalharmos juntos”, afirmou na sessão de abertura esta manhã.

Com 95 anos, o apresentador de documentários foi escolhido pela presidência britânica da COP26 para ser o Advogado das Pessoas, tendo em conta a sua reputação e crescente ativismo contra a poluição nos oceanos e o impacto do aquecimento global na biodiversidade.

Attenborough referiu que a concentração de gases com efeito de estufa é atualmente de 414 partes por milhão (ppm) e que esta precisa de começar a descer para travar o aquecimento global.

“Somos os maiores para solucionar os problemas que alguma vez existiram na Terra, e agora percebemos o problema e sabemos como impedir que o número continue a subir e revertê-lo. Precisamos que as emissões de dióxido de carbono reduzam esta década, precisamos de recapturar centenas de milhões de toneladas do ar, precisamos de manter o objetivo de 1,5 graus celsius ao alcance”, sublinhou.

O britânico defendeu um mundo em que todos os países são sustentáveis, com um bom nível de vida e pegada carbónica modesta, mas isto implica um esforço coletivo.

“Vamos ter de aprender juntos como alcançar isto, garantindo que ninguém fica para trás.

Temos de usar esta oportunidade para criar um mundo mais ecológico, e a motivação não deve ser medo, mas esperança”, afirmou.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.