“Foram razoavelmente cumpridas as expectativas da COP, que era anunciada como a COP mais importante depois de Paris. Estamos a falar de um exercício multilateral, e, ainda que haja algumas partes deste acordo em que manifestamente devíamos ter ido mais longe, eu começo por dizer uma coisa: há acordo, coisa que não tivemos em Madrid, não tivemos em Katovice [as duas anteriores reuniões da ONU], disse o ministro.

Em declarações à Agência Lusa, João Pedro Matos Fernandes apontou como bons resultados o facto de se ter resolvido “de uma vez por todas” o livro de regras, “com boas soluções para a transparência, claras, iguais para todos”, com boas soluções também para as contribuições de cada país para reduzir os gases com efeito de estufa (as chamadas NDC), a cada cinco anos e projetadas a 10.

E depois também um artigo sobre os mecanismos de mercado, “que de alguma forma limitam aquilo que era a quantidade de créditos atribuídos em anos passados”.

“Além disto há claramente a meta de 1,5ºC (graus celsius), com compromisso de reduzir até 2030 em 45% as emissões comparadas com 2010, isto fica escrito e é da maior importância”, disse o governante, acrescentando: “Manifestamente trabalhou-se bem nestes 15 dias”.

Sobre o fim do carvão e dos combustíveis fósseis o ministro disse que Portugal preferia, “obviamente”, a primeira versão, que falava do desaparecimento do carvão, em vez da aprovada, que fala da redução. “Mas seja como for isso nunca tinha sido escrito. E há um acordo de todos os países para tal”, observou.

Quanto ao financiamento, João Pedro Matos Fernandes considerou que se está no caminho dos apoios de 100 mil milhões prometidos, e disse que esse vai ser o grande tema da próxima cimeira, no Egito, porque se os países ricos não conseguirem este valor os países em vias de desenvolvimento vão ter boas razões para se queixar.

“E uma coisa que eu considero muito importante e que nos batemos desde o primeiro dia, é que o dinheiro para a adaptação duplica”, já com verbas para perdas e danos do passado, disse ainda o ministro do Ambiente, concluído que “as partes estiveram à altura do compromisso”.

E acrescentou: “Não saímos daqui certamente com 1,5ºC assegurados (…)  mas com um caminho para o 1,5ºC muito bem desenhado, e a fortíssima expectativa é que cinco anos depois de Glasgow, ou 10 anos depois de Paris, o somatório das NDC então já correspondam a 1,5ºC”.

A 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26) decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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