O comentário da Quercus, pela voz da presidente da associação, Alexandra Azevedo, surge a propósito da cimeira do clima que hoje terminou no Dubai, a COP28, da qual saiu um compromisso de se abandonar os combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, ainda que escrito de uma forma vaga.

Alexandra Azevedo admite que essa referência aos combustíveis fósseis possa marcar a cimeira do clima, mas lembra que também outras foram marcantes, como a COP03, que criou o protocolo de Quioto, ou a COP21, quando foi assinado o Acordo de Paris. Nos dois casos “os compromissos e as metas não foram cumpridos”.

“Mais do que declarações de intenções são as medidas efetivas no terreno que importam”, alerta, acrescentando que as alterações climáticas não são apenas questões ligadas à energia, e que são necessárias “respostas concretas” aos agricultores, por exemplo.

“É preciso uma mudança para uma agricultura regenerativa”, defende, considerando que também aqui mais do que compromissos políticos o importante é ver as medidas adotadas.

Depois de um adiamento de quase um dia, o texto mais importante da conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP28) foi hoje aprovado e nele os países concordaram com uma transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos “de forma justa, ordenada e equitativa”, acelerando a ação nesta década para atingir as emissões zero de gases com efeito de estufa em 2050.

No documento é reconhecida a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), em conformidade com a necessidade de impedir um aquecimento global superior a 1,5ºC em relação à época pré-industrial, como preconiza o Acordo de Paris.

Triplicar a produção de energia renovável a nível mundial e duplicar até 2030 a taxa média anual global de melhoria da eficiência energética, bem como acelerar os esforços no sentido da eliminação progressiva da produção de energia a partir do carvão estão também na lista de intenções saídas da COP28.