“Este cordão humano [a ação hoje desenvolvida] é mais uma manifestação de indignação dos trabalhadores e ativistas sindicais. Entendemos que o acordo coletivo de trabalho está em curso, mas devido à intransigência e à fuga permanente às matérias centrais do acordo de empresa, por parte do Governo e da administração [da IP], encontra-se neste momento bloqueado”, disse hoje o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/FECTRANS), Mário Gomes.
O cordão humano realizou-se entre o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, onde os trabalhadores e sindicalistas se concentraram inicialmente, e a Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, onde foram entregues, respetivamente, dois documentos a exigir a concretização do acordo em curso.
Mário Gomes disse aos jornalistas que os trabalhadores querem é que “o acordo seja concretizado”, pelo que mantêm a greve marcada para 31 de outubro.
E prosseguiu: “Em bom rigor, no dia 8 de maio assinámos um acordo coletivo de trabalho que seria concluído até ao final do ano. Mas, o que temos vindo a assistir é à uma fuga sistemática das matérias centrais deste acordo, incluindo nas mesmas o regulamento de carreiras destas empresas, porque é um acordo que abrange os trabalhadores da IP e das suas participadas – a IP Engenharia, IP Telecom e a IP Património”.
Na IP e nas suas participadas, a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) quer que, ao nível do acordo, sejam harmonizadas as relações de trabalho e que sejam também esbatidas as assimetrias hoje existentes neste universo de 3.690 trabalhadores.
“Mas, em bom rigor, a administração e o Governo ‘têm fugido’ a ter uma posição claramente definida” em relação ao regulamento de carreiras e sobre as matérias centrais do acordo coletivo de trabalho, posição que a FECTRANS lamenta.
Sobre as cláusulas pecuniárias, Mário Gomes considerou que os valores apresentados são “manifestamente insuficientes”.
Numa reunião efetuada a 15 outubro, em Lisboa, as organizações de trabalhadores da IP anunciaram que iram realizar hoje um cordão humano e manter a greve já anunciada para 31 de outubro.
A federação tinha anunciado a realização a 15 de outubro de uma reunião dos sindicatos para analisar “a organização da greve de dia 31 de outubro e outras ações” para “intensificar a luta em defesa da negociação de um acordo coletivo de trabalho e um regulamento de carreiras”.
O tribunal arbitral tinha decidido que a greve inicialmente marcada para 12 de outubro não iria ter serviços mínimos, além dos obrigatórios por lei.
Em 08 de outubro, a CP alertava para as “fortes perturbações” na circulação de comboios devido ao protesto dos trabalhadores.
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